Doce Lar

Trilha sonora: Foals – Spanish Sahara. 
Não vou mentir. Aqui tá tudo tão bom. Tenho minha escola. Tenho grandes amigos. Grandes oportunidades. Família. Um céu tão estrelado. Saudades. Alguns receios. Mais anseios. Sinto falta. Faço falta. Tenho quem se importa por mim. Tenho por quem me importar. Tenho casas espalhadas por aí. Planos de A a Z. Opções se multiplicam a cada piscar de olhos. Música é o que não falta. Arte está no ar. Chegou o ponto em que eu posso dizer que estou em casa! Estar em casa… É diferente. Mas ainda doce. Lar. Sinto o conforto, apesar de faltar aquele cafuné de mãe, risada de irmã, conselho de pai, provocações que acabam em gargalhadas com o irmão, aquele beijo de quem se ama e os dias de bobeira com os amigos que já te conhecem a tempos. Casa. 
Como você a define? É o tipo de lugar que te conforta e você passa o dia inteiro ou o lugar que te põe pra andar e ver o mundo não apenas através de janelas?
Sair de casa. Ir pra outra. E vicia. Você quer voltar. E sair de novo. Nunca fui de ser caseira. Minha casa era doce quando eu tinha saído o dia inteiro e voltava pra dormir. Aquele era meu conforto. Deitar ali e conseguir descansar. Estar perto de pessoas que fazem existir sincronicidade. É doce. Mas não confunda conforto com comodismo. Tem que ser confortável e não cômodo, imóvel é a casa, não você! É lar. Nós somos! Nossos próprios lares! Nós!
Por aqui foi feriado. Queen’s Birthday, mas a gente pode nomear dia da preguiça. Acordar tarde. Fazer nada bem devagar. Tomar aquele café da manhã com ovos, bacon e tudo que se tem direito. Ficar em boa companhia. Doce. Jogar um papo bobeira. Comer um verdadeiro risoto com os cogumelos da floresta para lembrar do final de semana incrível. Assistir um filminho debaixo das cobertas. Conforto. Assistir um filme de terror e tomar coragem de fazer algo que já queria a tempos e pedir que alguém lhe dê uma mãozinha. Comodismo não! Adeus cabelo comprido. Meu primo passou a tesoura. Maior voto de confiança! Hahahahaha. Ainda o secaram depois. Se tem uma coisa que eu desconcentra é alguém mexendo no meu cabelo. Corro o risco de te deixar falando e ainda dormir em menos de 5 minutos. 
Cafuné. Beijinho na testa. Abraço demorado. Carinhos. Detalhes. Lar. Doce. Lar. 
Na porta estava escrito “welcome”. Entrei. Vem também. 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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