Bitter Sweet

Trilha sonora: Breathe – Télepopmusic. 
Acordei com fome. Mas aquela sem nome. Uma estranha que não é qualquer coisa que resolve. Bebi água. Ainda tenho sede. O que acontece? Eu sinto vontade de dormir, sem sono. Sinto vontade de sair, sem conseguir me levantar. Lá fora aparenta sol, mas o vento obriga a me agasalhar. Parece tão contrário e ao mesmo tempo pleonasmo. E fico nesse meio termo tentando encaixar os extremos. Quase como brincar de cabo de guerra. Mas tá todo mundo caído e a corda desapareceu. Cadê o sentido? É isso! Não sinto! Só tenho fome e sede. Mas não tem degustação, saborear e nem mesmo salivar. E a gente só estava por respirar e esperar. Ei, levanta! Volta pro eixo. Acorda! Desmaia, suspira e retoma o ar. Sinto gosto, é doce e ao mesmo tempo um pouco amargo. Dia cinza. Escuto. Tem alguém ligando. Welcome. Alguém disse Waffle? To indo! A cama bagunçada ficou pra trás. Levantei no pulo e vesti o que os olhos encontraram primeiro. Sem enrolação, se enrola e cumprimenta a vida que passa batida fingindo que não é com ela. Como assim? Volta aqui! Esquece, estou fazendo a trilha. E fazendo assunto pro meu próximo texto! A primeira mordida! Sabe quando você experimenta e não sabe dizer se gostou? Precisa de mais algumas vezes tentando identificar aquele sabor e cores. Como você descreve gostar? O que você sente que lhe permite perceber que é hora de recusar? Sim ou não? Doce ou amargo? Salgado ou azedo? Passa pra cá! Se não for paladar que seja o sexto sentido. A gente constrói o gosto. E escolhe se gosta. 
Uma conversa amiga e que sustenta mais que a fome. A sede acelerou meus passos. Voltei do trabalho observando e sendo observada, os olhares e os passos de quem vai e vem e guarda um mundo só pra si, tanta gente, quantos universos? Haja sede! Haja mundo! E as linhas cruzadas? Ou eram palavras? Eu sei, já jantei, mas ainda tenho fome! A sede provoca e me deixa com a boca seca! Pra onde vão? Pra onde vamos? Voltei pra cama e olhei diferente, a bagunça de hoje cedo parecia estar pronta pra mim, confortável, me esperando. E ainda longe, andei procurando meu sono faminto por entender como tantos protagonistas dividem a mesma história e os papéis trocam, os planos e roteiros se dividem, a cena muda e a sede também. Mas quanto os sabores… É doce ou amargo?

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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