Actually

Trilha sonora:  Loveland – Milky Chance. 

Eu já falei disso. Mas sou distraída. E me pego contando os passos até que a música do outro lado da rua interrompe e me chama e um pássaro vermelho na árvore muda minha direção. Mas então passa uma pessoa cheia de personalidade sem medo dos olhares que chegam para encará-la, toda colorida e cheia de marra. Eu me amarro em gente assim. Que é muito de si. Se é por um todo. E então começo a reparar no jeito que os outros andam, se olham. Os com pressa. Tem os que escondem na timidez um amor tão bonito e se entregam só de olhar para o dono e provocador de tal efeito. Ando mais um pouco. Onde estou? Pra onde estava indo mesmo? Não lembro! Caramba, olha essa lua? Aqui escurece tão cedo! Até agora era dia. 

Acordei. Falei com ele. Venci a preguiça. Arrastei meu primo pra academia. Até que o corpo pediu pra parar. Tomei meu banho. Sai de cabelo molhado. Eu devo ser uma das únicas loucas que saem assim. Não sei por que comprei o secador de cabelo. Não uso. Não gosto. Gosto de sentir isso de pós banho. Dia começa. To limpa, falo de alma. Preciso de água. Dentro e fora. Mundo em mim. Temos semelhanças. Somos azuis e suas tantas outras cores. Transparece. Resplandece. Lembrei da Pátria Amada. Uma sensação estranha apareceu. E me peguei pensando nos meus amigos. Queria colo. Cheguei no trabalho. Ela estava lá pra me acolher. Tão bom ter em quem recorrer. Ficar feliz pela felicidade amiga. Estou bem de novo. Sai do trabalho saltitando. O telefone toca “Welcome, my friend! Where are u?”. E me sinto pátria. “Actually, i have more thing to do”. E virou a nova piada interna. Encontrei meu amigo e ele já veio me adoçar com os chocolates de sempre. Rimos tanto que já nem lembro do sensação estranha. Sumiu. Abracei meu amigo. Fomos até a Fed Square. Sorriso compartilhado. Um ou dois. Sempre contagia e multiplica. “Dia de pizza, chama teu primo! Vamos pra minha casa”. Lá fomos. Dia delícia. Cheio de “actually”. Agora. Enfatiza. 

Ei, você por aqui? Olha que matéria legal! Parei pra ler e já abri mais mil abas, o que tinha entrelinhas? Passarela? Faixa de pedestre? Atravessa! Sou eu! Semáforo, vermelho! Hahahaha pessoal cantando dentro do carro! Olha aquele rapaz com o bebê no colo, parece ser um pai tão carinhoso! Saudades do meu! Tá escutando? É o sino da igreja! Deu uma fome! Nem lembro o que comi no almoço! Sobre o que eu falava mesmo? Distração! Certo! Já parou pra reparar na arquitetura desse lugar? Os grafites das lanes? Eu me apaixono todos os dias. Pelas pessoas. Pelos lugares. Por mim. Pelos efeitos. Entrelinhas. Eu e você. Todos nós. E essa travessia. Os sentimentos. Não vou explicar. Já tentei. Verei um jeito de demonstrar. Sabe quando você coloca tua melhor roupa sem motivo? Só por estar contigo? Veste teu sorriso! Coloca os fones no ouvido! O cenário, bem… É minha mente! E ando pelos pensamentos. Os meus e os alheios. Vejo cenas e crio histórias. Interpreto e invento contextos. Enquanto canto e me perco. Me encontro e volto a me distrair. Amo minhas distrações e suas ações. Não me deixam parar. E continuo a segui-las. E vendo onde vão me levar. Leve vou. Levando numa boa. Soa felicidade. E que haja distrações por toda cidade. 


Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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