Moro Aqui

São tantas as pessoas que passam por aqui. Cada uma com uma direção. Umas sobem, outras descem. Umas, direita. Outras, esquerda. Pra cima. Debaixo. De onde? Pra onde? Piscou! Sumiu! Você viu? Mudou! Reparou? Trocou tudo! Olha de novo! São outros. Também falo de tempo. Contra tempo. Passatempo. Com o tempo. Tudo muda. Você. Eu. Minha letra já não é mais a mesma. Mudou. Adaptou. Se distorceu. Até caber. Mas ainda fala. Ainda move. Ainda GRITA! E gasta grafite. Risca a folha. Não perca o passo. Acompanhe o tempo. Se ele voa, crie asas. Olha, passou de novo. Você não viu! Não aprende! Não é pra decorar. Entende? É pra conhecer. Surpreende! Descubra. Invista. Persista. Explore. Colore. Mas pare e pense. Por pouco. Tipo 20 segundos. O suficiente. Deixe o grafite ser usado. Sozinho. Mesmo que mude. Mesmo que não na folha. E por isso mesmo. Observe. Preste atenção. Se atente aos detalhes. Leia as entrelinhas. Nelas moram as oportunidades. Mora também uma vida. Toda à espera para ser sua. Enxerga a história? Se não, pegue a caneta. Escreva! É como uma pedra pronta para ser lapidada. É a arte que mora no simples que de tão simples, a gente complica. É leve e a gente enche a mala. Descarregue. É azul. Você tem tempo. Joga fora o relógio. É verde no semáforo. Depois da chuva, fica colorido. Daí você pisca, tudo fica escuro. Mas se você observar como tudo muda e transparece, até a noite tem seu ponto de luz. Ainda que tudo siga seu andar. Direita, esquerda, sempre direito se seguir em frente. Enfrente o caminhar. Voe, se precisar. Me ligue, se a vontade lhe visitar. Ainda que o tempo corra. Estarei por aí a te procurar. 
E aqui estou! Agora! Buscando estar em outro lugar para não me acostumar. Quero transformar abraços em casas. Queria o poder do teletransporte pra chegar bem juntinho sempre que a vontade acompanhar. Quero sair por aí a cantar e fazer meu lema, já assistiu Irmão Urso da Disney? Eu tenho um amor tão grande pelas trilhas sonoras… Moram em mim. Quantos moram em ti? Os habitantes daqui, mesmo que nem sempre presentes, têm aquele espaço reservado só pra eles. Mesmo que umas vão à direita, outras à esquerda. E os caminhos se distorçam. Sempre cabe. 
Já imaginou brincar de mímica com verbos estáticos? Tipo fazer com que os outros entendam o verbo precisar, duvidar, por momentos eu acho que essa aula se trata de um se vira nos 30! Cada uma que esses professores inventam! Hahahahahaha. E mais uma vez a comunicação se contorce toda para fazer a ponte. Estica. Entrega o que queria. Recebe o que precisava. E eu ainda mais encantada com as palavras ainda que não ditas. Hoje foi dia de analisar meu Gap Year. Colocar tudo no seu lugar. Fui parar na State of Library of Victoria ali no Melbourne Central. Mesmo livre de distrações. Eu me distraio. É impressionante. Abro o livro. Pego a caneta. As pessoas passando e a introdução de hoje foi feita ali. Repare. Aquele tanto de gente que é como vitrine e passam sem necessariamente deixar algo pra trás. Mas me deixam dúvidas. Não são apenas caras e roupas. Mas a gente segue. Observando e se questionando. Seguindo. 
“Que todos saibam, lá vou eu
Por novos caminhos seguir
Com a lua lá no céu a olhar pra mim
Eu vou sobre as estrelas dormir 
E se a chuva cair, não vou parar
Qualquer tempestade tem fim
E o vento ao meu rosto a soprar
Me faz sonhar
O que eu quero é caminhar assim
Pois eu vou seguindo
Meu caminho
Vou seguindo” – Irmão Urso
A gente vai seguindo nosso caminho, carregando com a gente nossa casa e seus habitantes. Seja sempre bem vindo. 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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