Trilha sonora: Take Me Over – Peaking Duck ft. SAFIA.
Bom mesmo é ser acordado aos beijos. Chegar e ser recepcionado. Saber em que direção olhar. Ter em quem se apoiar. Ter com quem rir. E rir junto. Rir de si mesmo. Se não conseguir, me chame. Te ajudo. Rio de ti! Bom mesmo é encurtar a linha, chegar perto e dar um laço. Olho no olho. Estende a mão e segue o passo. Gosto de gente que leva e não tem medo de ser levado. Puxa pra perto e quer cuidar e ser cuidado. Aumenta o som. E dança sem se importar com o que acontece ao redor. Gente que é sol e aquece, marca, brilha e dá vida por quem passa. E caça poesia nos outros e faz arte com o mundo. Origami, mosaicos, tinta à óleo, escultura, sem toda essa frescura. Simples e simplesmente suficientes. E cheios de si. See what I see? See eye to eye? Quando os olhares se encontrar e encontram mais que isso. Essas janelas. Tão belas quando abertas pro que der e vier. Sobe até o ponto mais alto só pela adrenalina, pela coragem, e a brisa leve que faz sentir. “Consegui!”. E se deixa cair. De amores. Pela vida. Por si. Pelos outros. Pelo ontem. Esperança. Pelos ponteiros do relógio que apontam e brigam de ultrapassar. Quem vence esse jogo? Quem corre atrás de quem?
Meu último dia de aula antes do meu break. Também graduação da minha amiga de Recife. Um dia estranho. Você chega. Encara. Tem as primeiras impressões. O tempo porventura desafia. Se cumprimenta. Troca meia dúzia de palavras. Alguém chegou e disse Welcome. Logo veio aquele “hi”, e as risadas. Às segundas, terceiras e quartas impressões expulsaram a primeira. Parece que até a fisionomia da pessoa muda quando você se permite e lhe é concedida a permissão de conhecê-la. Quando você faz amigos de todos os cantos do mundo, você costuma ganhar convites e casas de portas abertas. E quando se conhece alguém do mesmo país em um diferente é engraçado. As personalidades ainda que diferentes, a cultura semelhante une de um jeito acolhedor. Eu te entendo e vice versa. Como se a infância tivesse sido compartilhada. Aquele ar familiar. Te conheço desde pequena. Abraço confortável. A saudade que mora ao lado. Sentamos os três no lugar já de costume. “Último dia da gente junto aqui”. Isso soa estranho. Despedidas. E se pedir pra ficar? Vai responder igual Dom Pedro?
O tchau que é dado já esperando o oi na contramão. Por onde quer que vá, já sabemos como lidar. Se aproxime. Esqueça as impressões. Imprima de novo. Welcome!
Fui pra Windsor. Almoço com o vovô. Dia de comida chinesa. Saúde! Me apresentava para todos como neta e tentava explicar sem saber que me sentia como família. E brinda essas linhas cruzadas que faz com que conhecemos determinadas pessoas em certos lugares nas horas exatas. E não é matemática. Talvez física. Deve ter um pouco de química. Mas com toda certeza é sobre humanas. Adoro esse tipo de história que começa com geografia e segue no timing que questiona. Seria por acaso? Qual é o X da questão?
A galera de novo reunida. O trabalho por vezes pode até ser cansativo, mas regado de risadas a hora passa até rápido. A família. Tudo ali familiar. Aconchega. E deixa cheio de laços. As portas. Todas abertas. Entende? Essa troca. Compartilha. Acaricia e te leva lá pro alto. Você fecha os olhos e sente a vida nos abraços. Qual o acordo? Tu concorda? Confia? De olhos fechados, vai e abraça.

