Já é dia? Tem certeza? Tô meio zonza! Estou em ontem ainda! Calma! Tô chegando! Já já meu dia começa! Pronto! Acordei! Bom dia! Espera! Estou à caminho! Só mais um pouquinho já te alcanço! Mais um ponto e estaremos no mesmo assento. Acene! Tô te vendo! Te reconheci pelo andar com passos firmes e a risada alta.
Como pode uma mensagem mudar um dia? Falo da discussão futura, das bandeirinhas e daquela “saudade do que está por vir”… Aquilo ecoou risadas e bons sentimentos. O alarme toca. Tá na hora. Eu mais do que nunca tô amando. Que felicidade essa de viver. Pleno. Intenso. Ensolarado. Ainda que falte sol. Tem luz. E a gente se aquece. Esse lugar, as pessoas, os anseios, a arte, a cultura me deixa alta, distraída, encantada. Energia recarregada. Dançando enquanto anda. Rindo enquanto fala. Tem tanto no nada. Tudo em cada uma de suas quatro letras. Amor. Tudo. Arte. Vida. Viva. Seja. Veja. Somos. Mais de cinco, poli! E por ai vai. Se perdendo e se encontrando cada vez mais nos detalhes, no dia a dia, no sol, no escuro, nos roteiros, personagens, cores, natural e tão humano que peço desculpas pela redundância. Aqui eu sinto. Respiro. E levo. Leveza. No peito. No andar. E ando por ai. Sem pensar muito. Deixo a curiosidade e o instinto. Confio. E sigo. E pulso o agora. AGORA! Corre! Faça seu tempo. Somos o nosso, o meu, o teu! Bateu na minha porta e disse: “Você é toda idiota! Tá pouco se fudendo pra sociedade. Para o que os outros pensam. Gosta de aproveitar a vida!”, soa elogio, me fez rir, já me importei tanto. E me desculpe o vocabulário! Mas não tem nada melhor do que esse sentimento de “foda-se”. A gente se preocupa demais. Age de menos. Hoje eu me escuto. Faço minhas vontades. Se temos que escutar alguém que seja esse que está conosco 24h por dia! Sim! Dizer sim mais vezes! Ser sem ensaiar! Só querer e lutar pelas vontades. E não sentir ou passar por elas, apenas quando realizadas. Se precisar, repita. Mais uma dosagem, por favor.
Hoje na escola foi tão gostoso. Primeiro uma cena tão linda. Claro, a gente sabe de certas coisas sem estarem escritas. Mas quando escritas e estampadas ganham uma dimensão ainda maior, duplica, dissemina, se abre, estica, grita, intensifica, ganha vida. Um amigo muito querido havia discutido com uma grande amiga, pra se desculpar trouxe bolo de chocolate pra sala inteira e fez um discurso cheio de amor e sinceridade. É amizade de verdade! De longe se vê.
Almocei com uns amigos. Conversei com meus amores. Brindei a vida. Vi o sol lutando pra entrar em cena. Fui pro trabalho. O vento forte deixou todas as interrogações para trás. Me empurrou e colocou à frente. Com crase pra abrir alas. Afastou todos os “não” e “e se”.
Quanto à aula, um tema ficou na minha cabeça. A diferença entre wish e hope. Desejar e esperar. Segundo meu professor, wish é irreal e pessimista, enquanto hope é real e otimista. I wish I could fly. I hope I can travel the world. Um lamenta. O outro anseia e luta sem esperar na fila. Espera correndo. Atrás do que quer. Faz tanto sentido. E nunca tinha reparado. Aquele tipo de estalo que faz tudo ficar mais claro. Enxerga melhor agora? Eu sempre teimei que os detalhes fazem toda a diferença. E prossigo. Ainda meio zonza com os tantos detalhes e luzes. Atrás daquilo que me faz sentir que está de fato acontecendo e já desperta a tal “saudade do que está por vir”…



