Eu confesso, eu amo papelaria. Se entro em uma fico deslumbrada com todas as cores e papéis que ainda encontrarão traços e mensagens. As canetas que vão fazer história. Os detalhes que personalizam e tornam únicos nossos gestos. Te empresto minha confissão. Falo de coração. Parece boba a opinião. Mas preste atenção. É sobre o antes e depois. A última vez que sai da minha papelaria predileta, me controlei e sai de lá só com um caderninho verde água. As cores falam por nós? Quando estava estudando Publicidade, vi um pouco sobre as cores. A gente vê inocência quando tudo tem um propósito. Sempre gostei de azul. Minha cor da sorte é amarelo. Mas no meu armário reparo uma preferência por tons de verde. Brasileira de corpo e alma. Sem querer querendo. Hahahaha. Meus tons mudam. O amarelo virou laranja. Que depois ficou um pouco cor de terra seca. O azul foi parar no céu. O meu verde, na água. Ah, meu caderno! Se passaram quase dois meses e eu não toquei nele. Tão bonitinho que dá dó de usá-lo. E se eu escrever errado? Não quero deixá-lo rabiscado. Quero deixá-lo desenhado, cheio de poesia e recordações. Tá, mas por onde começar? O que eu escrevo? Sugestões? Engraçado parar pra pensar nisso… Mas por que todo esse receio de errar? É um caderno, certo? Não é um risco (rabisco?) que vai tirar o valor de suas páginas e nem mesmo impedir que as páginas em branco ganhem cores e tantos propósitos. Enxerga onde quero chegar? Consegue ver o destino daqui? Por que a gente tem tanto medo de se arriscar? É só dar o primeiro passo! Decidir nem sempre é fácil, de fato! Mas quando você segue teu ritmo, quando você escuta a sua batida, reza! E a neblina some. Deixando tudo mais claro. As respostas surgem. Suas vontades deixam de brincar de esconde esconde. Você sabe o que quer. Mas desvia o olhar. Porque a gente teme. Teme que seja felicidade demais! Será que mereço? Eu aguento? Faça quantas viagens precisar! Tu aguenta! Reabasteça! Reveze! Se leve e deixe levar. Escreva “tá escrito”! Maktub! Acredite! Confie! A gente passa por caminhos alheios por certas razões.
Hoje o dia foi digno de ser chamado de key moment. Cheio de mensagens, de carinho, as ligações, as promessas, de pessoas que se fazem importante, de oportunidades e coisas boas à caminho. O almoço com os amigos da escola. O sol chegou, me beija! Fiquei em Southbank por uma hora só olhando a vista, escutando a poesia que saia da caixinha de som, as cores mais cheias de vida. No trabalho, as pessoas amigas, o crepe de nutella, o donuts e a pizza! O vovô que me faz sentir em casa e é família. Gente que ajuda e abre alas pra ti! Te apresenta e leva pra conhecer mais cores que antes não conhecia. Tudo dando tão certo que assusta. Mas esquece o medo agora! Está acontecendo, lembra? E se está, é porque houve vontade, coragem e propósito!
Já brincou daquele jogo em que você começa uma história e quando seu tempo termina, o outro continua e assim vai? É quase isso. Repare. As pessoas surgem com objetivos. A gente se encanta com a beleza do outro, a gente enxerga nosso reflexo nos olhares e se aproxima. É esse encontro de nós mesmos em outra pessoa que nos conecta. Por que fazer o bem ao próximo? Porque de um jeito lindamente egoísta tem muito nós nele! Querer bem o outro do mesmo jeito que nos queremos bem. É sentimento. É tato. É fato! São as ligações. Me liga! Me leva! Te levo. Te escrevo. Me leia. E vice versa. Eu vejo. Você reflete. E a gente se segura. Se agarra nas oportunidades que a vida nos deixa encontrar.
Vem lá de cima. Agradeço. Abri o caderninho, escrevo!
