Trilha Sonora: Running – Milky Chance.
Bom mesmo é quando acontece algo sem você estar esperando, te encanta e você em resposta canta. O dia ganha outro ângulo. O frio se agasalha. O cinza colore. O silêncio ganha notas musicais. O palco se eleva. O corpo dança. Cansado ou não. E sobra música. A gente dança todas. Como uma mensagem singela que te arranca risos. Acordei com dois áudios, ambos enviados pelo meu pai. Ele e minha irmã fazendo uma paródia daquela batida piada de “oi é da rádio, posso pedir uma música?”, ri alto logo cedo. Sai rindo e não parei.
E parece que quando você está bem consigo, o mundo responde. Tudo fica lindo. E como meu amigo Welcome diz “life is easy”. É a lente. O binóculo. O filtro. O olhar. A escolha. O ar. A atmosfera. O tato e o pulsar. O ato. No salto. É achar o detalhe que faz diferença e vida ainda na rotina que vem e castiga. Vem e a gente brinca. A gente brinda. Na ida e vinda! Volta. Retorna. Pega o passo. Acelera. Reduza. Produza seu próprio tempo. E ainda que tiver que correr, corra pra sentir a brisa. Se perder o trem, ria da correria a toa e imagine o papelão engraçado que você passou. Sabe quando você está com a mochila pesada nas costas e o trem lá longe está se indo e você se sente o ninja, “quem manda aqui sou eu!” e corre porque “você só precisa se esforçar que então consegue alcançar o trem”. Você dá seu máximo nesse “agora ou nunca”, se sente numa maratona, quase um Bolt. Mas é só a porta do trem fechar na sua cara que você repara que na verdade você não estava correndo nada, a mochila te empurrava pra baixo e era como se estivesse te segurando. Xingar e reclamar porque perdeu o trem? Se envergonhar porque correu e não adiantou nada? Rir da própria cara é tão mais gostoso. Mais saudável. Já escutou aquele “aceita que dói menos”? Se aceitar e continuar correndo atrás do trem são receitas pra um dia que ao invés das alternativas anteriores não causarão rugas e nem mal humor! Pelo contrário. A vida tem mesmo que ser um stand up! Faça rir e ria junto.
Primeiro a mensagem do meu pai, em seguida minha mãe mandando fotos dos homens da minha vida. Não é por nada não! Mas meu irmão tá a cara do meu pai, isso foi um baita elogio! Aliás, meu pai merece o prêmio de Melhor Pessoa! Hahahaha. Nunca me pergunte sobre sorte!
Na aula, o tema era sobre lugares mal assombrados, assunto favorito do meu professor que ficou super curioso quando contei que minha faculdade em São Paulo tinha aparecido na lista desse tópico. As histórias assustam ou provocam a curiosidade? Não só nesse assunto. As coisas surpreendem, intrigam, logo assustam ou é tudo culpa da curiosidade? Repare nos filmes de terror, se o protagonista não fosse curioso? Ser ou não ser, eis a questão! Mas e então? Fugir ou não? Abro a porta? Temer o que tem por trás dela? Ficar na curiosidade? Abre logo! Não abriu ainda? Decida ai, enquanto isso hora do M&M’s. Pecado vender isso na escola! Tá virando costume descer pro terceiro andar e encher o saquinho de chocolate. Mas calma! É preciso energia como meu amigo diz! Ótima desculpa, eu diria hahaha. Aula a tarde toda! Um que boceja aqui, o outro ali e um jeito mais engraçado que o outro, e então as comparações, o Brazilian way, o Colombian e um quase Arabic se não fosse o Welcome evitando o outro colega “hey, keep quiet, don’t say anything!” Hahahahahha. De um tão espontâneo que eu comecei a rir de novo e não parei mais. Tive que sair da sala porque não conseguia parar. Fui sair e dei de cara com a porta. Ai que a risada ganhou voz e foi compartilhada.
Depois surgiu ainda uma discussão sobre o porquê que a primeira pessoa do singular é a única que deve vir em maiúsculo. Com direito a pesquisas rápidas, a resposta porque sim não agrada. Ich. Longa história que se resume por afinidade. Enquadra. Isso! Bem melhor agora!
Abra a porta! Anda! To aqui contigo! Ando sentindo tão forte essa sensação de estar sempre acompanhada. Ele nunca me deixa só! Amém! Fui pro trabalho cheia de vida e na ida pensando no conceito do restaurante “at ease”, e a voz do meu amigo ecoava na cabeça “life is easy”. Vai ver é esse medo todo que complica. Tem que deixar a porta escancarada, isso sim! Na volta, passei no mercado, comprei bolo e Tim Tam, aniversário de um grande amigo que por ele conheci pessoas maravilhosas, são família, aquela que se escolhe e tem um cantinho e carinho especial! Teve parabéns, teve cerveja, teve bolo, teve amizade, piadas, chocolate, cantorias e mais músicas. Teve ainda toques, conversas engraçadas, também as mais sérias, o desabafo, o discurso, o agradecimento, o reconhecimento, o abraço apertado, os amores. Me dê a mão, tá na hora de dançar!
E se levanta. Não para. Se for, que seja pra pegar impulso. E embala. Levante voo. Dê partida. Dê passagem. Dê motivos. Dê as mãos. Os ouvidos. O ombro amigo. A palavra que muda o dia. Até a sintonia. Seja conselhos. Dê sorrisos. Gargalhadas. Daquela que não para, mas se espalha, compartilha. Nada egoísta, viaja. Acompanhado, sempre acompanha. E você, vem?


