Chega Mais Perto

Mais uma vez o dia lá fora é gelado, e assim vai ser agora com o inverno… Mas é Melbourne. Você sai de casa naquele frio, aquele vento forte e quando olha pra frente o sol está tentando dar as caras, do outro lado um arco íris tentando colorir o dia cinza. A chuva para, o vento insiste. O dia sorri. Você sorri de volta. 
Sabe o que eu mais gosto na vida? (Sim, é o retorno da metamorfose ambulante, amanhã pode ser outra coisa ahhahaha), é achar gente com a mesma alegria que a tua, que entra na dança, pega o passo, constrói o ritmo, enche de energia. 
Então me deparo com a palavra globalização em sala de aula. Bom ou ruim? Bem, olhando o total, Melbourne é o principal elemento pra estudo. Aqui tem muito, mas muito estrangeiro. É muita cultura entrelaçada com a australiana. É mágico! Ao discutir isso em sala escutei alguém dizer que com a globalização o mundo ficou pequeno. Aquilo me intrigou. De fato, a gente tá mais perto. Mas pequena sou eu! Hahahahaha. O mundo ficou ainda maior. Informações que antes não tínhamos surgiram. Abrimos os olhos para um mundo que não se limita ao nosso. As opções se multiplicaram. As oportunidades triplicam. Nossa percepção de mundo mudou. 
Assumo que tenho receios quanto a isso. Nós somos teimosos e buscamos sempre levar nossa cultura com a gente quando vamos para um outro lugar. Eu sou fiel aquele ditado “quando em Roma, comporte-se como os romanos”. Antes que as padronizações coloquem em risco a riqueza cultural que enche essa esfera azul de arte e vida. A graça de viajar estaria em risco também. Então por que inglês, a língua que já é padronizada e todo mundo já sabe falar ou está aprendendo? Esse é um resultado que eu amo! Hahahahaha. Tinha que ter alguma ponte que unisse todas. E quebrar as barreiras da comunicação e poder falar com qualquer um é fonte de um sentimento tão bom. É libertador, é tão interessante falar com alguém que fala uma língua completamente diferente da tua, desde o alfabeto ao sons e vocês conseguem se comunicar graças à segunda língua. O que nos liga. Fica até mais interessante conversar com alguém de um lugar completamente diferente. A gente fica mais curioso pra saber como é o mundo daquela pessoa. Que vista você tem da sua janela? Como posso cumprimentar alguém usando sua língua nativa? O que você costuma comer no teu país? O que você mais estranhou quando chegou aqui? ME CONTAAAA! Hahahahaha. O mundo é muito grande. A cidade que é pequena. Eu sou um smurf de acordo com meu amigo australiano. Hahahahahaha. 
É tão interessante essa mistura de pequenos mundos, cada um tem o teu, e quando junta tudo… É aquela energia tão boa que espalha. Encanta. Intriga. Provoca. É tanta gente com experiências tão curiosas, cada lugar que cada um já passou, cada perspectiva diferente de lugares iguais. Diferenças que nos aproxima. Semelhanças que nos espanta e nos faz querer saber mais. De um jeito diferente, as semelhanças fazem a esfera voltar ao estágio de Pangeia, quando todos os continentes eram juntinhos. Chega mais pra perto. Senta aqui com a gente. Conta tua história. Nos entretenha. Depois a gente põe uma música nacional, cada um mostra um pouco do teu berço. Espero um dia te levar pra casa. Mostrar como é o azul visto daquele lado do globo. Posso ser a guia, mas assumo que vou acabar conhecendo junto. É porque a gente muda, o lugar também, a cultura não é sempre a mesma, se adapta, se atualiza, se contorce, dança e fala gírias. É isso que encanta. O mundo gira, mas a gente também tem nossa rotação. Também temos nosso sol. A chama que nos mantém vivos e caminhando. E caminhando o ponto de vista também muda. Muda tudo. Referencial. Perspectiva. Por do sol ou por vista dele. Tá claro? São as estrelas. Já é noite. Nem parece, né? O dia aqui passa tão rápido. Hoje passei o dia na escola, risadas com o amigo vietnamita, depois encontrei um amigo australiano que arrisca um portunhol engraçado e tira sarro quando não encontro a palavra certa em inglês. E ainda encontrei minha flamate por acaso na rua, na verdade o louco do meu amigo achou, sem saber! Hahahahahaha. Sabe aquele tipo de gente que mexe com todo mundo? Dei tanta risada quando vi que era ela. Antigamente eu diria “que mundo pequeno”. Mas, como disse, pequena sou eu! 😉

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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