Ah, cara! É bizarro! Tem coisa que nos deixa sem palavras. Parados sem reação feito idiotas. Me sinto uma tonta quando isso acontece! É uma briga intensa com a inércia. Que me segura quando dentro ecoa uma voz “se mexe!!!!”. E puta merda, os pés travados em areia movediça. Afundo. É que numa boa? Olha esse pôr do sol! Ontem eu tava voltando pra casa, e a lua tão grande e cheia no céu. Me segurou por minutos. Depois de ver que eu estava quase atrasada, tirei uma foto e segui olhando pra tela do celular que fez com que meus olhos ali atentos, se distraíssem a ponto de tropeçar no plano. Ainda não traçado. Cheguei na estação de trem, mandando áudios para minha amiga. A gente ria falando sobre não entender essas coisas do agora, e o quão engraçado era bancar o Sherlock Holmes da própria história. E sem perceber, deixei o meu trem passar. Confortável e mais entretida em encontrar o x da questão. E quase que em vão, aqueles papos que divagam junto com o pensar me levou pra muito mais longe que meu destino daquela noite. Brilhante. Lá de cima.
No dia seguinte, certas frustrações necessárias. Daqueles empurrões que te fazem arregaçar as mangas, arregalar os olhos pra não deixar os detalhes passarem batidos e dar um longo passo à frente. Crente que somos donos de nossas verdades. E não é isso? A gente precisa fazer ser. E ser. Por completo. Aquele momento. Se é pra ser, não vai deixar de acontecer. Muito menos por falta de vontade e esforço. Me contorço, mas encaixo. A gente se adapta e faz valer. Pra valer! E render. Se entender. Nem sempre ser preciso. No caminho, faço o juízo. Mesmo bizarro sendo. Me fazendo de idiota por horas. Essas pausas são essenciais. Tipo se distanciar um pouco do primeiro plano pra enxergar o macro. Desfocar pra centralizar o foco onde preciso. Pra então fazer algum sentido. Tem que priorizar. Um passo de cada vez, para um bem dado. Tá dado, o recado! Pare. Respira. Mergulhe na situação. Recue. Veja de outro ângulo. Tire o foco. Interprete de outra vértice. Ligue os pontos. Identifique onde retomar pouso. E voa. Numa boa, eu amo essas incertezas que agonizam de vez ou outra. É chamado para escolhas. Novos passos. Ah, cara… eu sei, é bizarro pisar em ovos, em falso. Mas acredite! Tem momento que vale esse perdição toda. Chega ai, olha essa lua!
