Milhão Em Mil

Tu chega num lugar em que não conhece ninguém. Ok. Sem problemas. Apesar do certo desconforto de estar sozinho em meio de mil, você tem a possibilidade de fazer mil amigos. Mas é diferente quando chega aquele rostinho conhecido. É como se a partir daquele momento, você estivesse mais seguro. Se mil sumirem você tem um que equivale ao todo. 
Sou feliz pelas amizades que ando feito nessa jornada. Devo ter um sensor de “esse pode confiar”. Entre “salam aleikom”, “pani pani blu blu”, “thats ok”, “how are you going?”, “e ai, cara?!”, “ohuenno” e “bonjour”, tenho um milhão em mil. Gente que ainda liga, que faz questão de fazer presença e de presente cede companhia. Que ajuda e estende a mão. E te acompanha na missão. Gente que que te ajuda a melhorar e só quer o teu melhor. Austrália me concedeu a honra de conhecer esse tipo de gente. Que é de verdade. Inteiramente eles mesmos. Oh Melb, mesmo fria, você aquece!
Falando nisso, obrigada pelo sol de hoje! Dia começou com 6 graus, aquele frio que arde os ossos HAHAHAHHA, um vento que congela o rosto! Ainda bem que a maioria dos lugares tem aquecedor! Hahaha. Apesar de tudo, estou começando a apreciar esse tempo. Já estou com cinco blusas, bota, polaina, cachecol e tudo que tenho direito. ~Agradecendo todos os dias por minhas amigas terem aparecido na minha casa um dia antes da viagem e terem refeito minha mala. Falando em amizade de verdade… Quer prova maior que essa? HAHAHAHHA~. Ando parecendo um pinguinzinho ~aooooo Phillip Island!
Mas falando a verdade! To achando interessante isso do tempo! Um fator que está fazendo de fato que tudo seja novo pra mim! E me provoca a ponto de eu ter de conhecer minhas limitações e flexibilidade. Como agir em situações que antes eu não passaria, mas que pelas circunstâncias agora só tenho a opção de arriscar e conhecer. Tá dando muito certo e tô cada vez mais amando essas descobertas e experiências. 
Sobre descobertas, uma coisa que eu gosto pra caramba das minhas aulas, por exemplo, são os temas discutidos diariamente. E então o professor costuma separar em grupos e nós começamos a conversar e experimentar as diferentes opiniões de gente de lugares completamente distintos. É incrível como, por vezes, as opiniões mudam de acordo com o hemisfério ou então, apesar do ângulo e do fuso completamente diferente, não se alteram em nada e acabam concordando entre si. 
Aqui, mais que em qualquer outra escola que já frequentei, é nítido aquilo de “aprender para a vida”. O tempo todo é lição de casa. Desde o inglês que sai da aula e permanece ao choque entre culturas. 
Hoje mesmo dois amigos europeus me disseram que acham engraçado o fato de brasileiro estar toda hora abraçando, tocando a pessoa quando fala, por sermos tão amigáveis e calorosos. “Eu gosto disso em vocês!”. Coisas que normalmente a gente não percebe, porque tá no dia a dia e quando chega alguém de fora e nos aponta tais manias, a gente se surpreende por nunca ter se dado conta. Hahahahaha. 
Detalhes. Eu antes de escrever aqui, normalmente anoto certos detalhes para depois não perder a ideia como um todo. Mas, repare! Não sou só eu que faço isso! E não se aplica somente a esse caso! A gente faz isso com tudo! Ou ao menos quando as coisas nos são diferentes daquilo que temos referência e já estamos acostumados a ver. Só mais um daqueles meus comentários aleatórios ahhahahaha. 
Espera, tem mais! HAHAHAHHA. Não ter portões nas casas foi uma coisa que eu já esperava ver por aqui… Mas ainda não me acostumei. É tão bonito como pensar em um pássaro fora da gaiola, desculpa o exemplo clichê, mas foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Maioria das casas ainda com sapatos à frente da porta. Um dos costumes daqui pelo que ando acompanhando. 
Acompanhar… Quero estar presente a cada pôr do sol (o de hoje estava a coisa mais linda). A cada nova mudança, me deparar com situações novas que me desafiem a ser melhor e buscar o melhor das coisas, o lado bom, mesmo que tomados pelos detalhes. Estou sempre com uma câmera, papel e caneta para não deixar nada passar batido. Mesmo que eu chegar em um lugar em que não conheço ninguém. Mesmo que o sol estiver longe. Sei que vou achar um milhão em mil. 
Mais mudanças à frente. Are you ready? Why not?! Hahahaha. 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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