Trilha sonora: Fast Car – Tracy Chapman.
Levantei determinada. Hoje será meu dia. Eu quis levar o mundo nas costas. Era muito peso. Hoje acordei sentindo minhas costas reclamando. Se estica. Espreguiça. Alonga. A rotina pede que continue. Mas tem hora que esses sinais aparecem pra mostrar que está na hora de mudar. Não dá pra deixar levar. O coração aperta. Caramba, eu consigo! Sei que aguento! Faço mais de uma viagem se for preciso. A teimosia arrebate. O que fazer com os sinais? Visualizar e não responder? Não faz meu tipo! Eu ainda que demore, ainda que me custe, eu respondo! Dou um jeitinho de encaixar todas as peças. Não gosto de deixar sobrando, muito menos faltando. Claro que uma bagunça de vez em quando me tira do eixo e dou cambalhotas de tanta alegria. Mas é sem comentários a sensação de tudo estar no lugar onde devia. Os encaixes. Todas as curvas e ângulos, enquadra! Ainda que seja aquele quebra cabeças de 15 mil peças impossível de resolver. No final, o orgulho é tanto que vira um quadro que é pendurado na parede da sala em forma de troféu. E cabe tão perfeitamente como eu nos teus braços e abraça.
Sabe aquele tipo de assunto que chega e te desperta? Já pensou qual seria tua casa dos sonhos? É engraçado como esses temas de aula te fazem pensar em coisas que de tão simples a gente estranha por vezes não saber responder. Diferente de estudar alguma matéria, estudar uma língua é sempre uma surpresa. É hoje viajei com a minha casa e fui parar na Califórnia, de frente pra praia. Uma casa cheia de vidros, toda branca com tons de bege, laranja e verde água. Toda simples e praieira. Logo na sala duas pranchas posicionadas. Uma sala de cinema. Outra pra fazer bagunça, com quadros, muita tinta, textos e arte. Respira. Esse ar que inspira. Arde! E vibra! Quero ainda morar numa kombi por uns meses, falo sério! Viajar por aí em uma pra colecionar experiências no meio do caminho. Não tenho aquele sonho batido de morar em mansões e nada disso. Quero o aconchego. O simples que engrandece. Acalma a alma. Simplesmente tem espaço suficiente. Para a morada de todos os bons sentimentos. Hoje ainda coube todos. No almoço com os amigos. Na ligação demorada cheia de saudade. Nas mensagens dos amigos. No trabalho e naqueles macarons que a chefe me deu. No chegar em casa e ter família.
Acaricia todo aquele sentimento que não pesa. É uma pena se você não sente! Eu sinto, até muito! Divido com você! Haja equilíbrio. A gente balança, mas não deixa cair! Se esforça, ainda que os braços fraquejam e as pernas fiquem bambas. E entra no balanço. Pega o passo e entra no ritmo.
Dança.

