Trilha sonora: Another Love – Tom Odell
Num piscar de olhos, novo plano. Nova frente que toma a cena. Brilhante ideia. Novos passeios. Sem muito rodeio. Até porque isso eu odeio. Gosto de ir direto ao ponto. Mas amo essas viagens. Confesso. Ponto. Ao ponto. Contorno. Do jeito que eu mais gosto. De carne ao estilo vegetariano. Calma, não me leve a mal. Me tome pela mão. E me leve para ver o pôr do sol. A cada ano. Tanta história.
Ah, as viagens. Desculpe, eu me distraio fácil. Eu amo pegar estrada, é um dos meus desejos favoritos. Entre tantos. O vento na cara. Os cabelos ao vento. A música ecoa. Sintoniza. Me entretém. Me conecta. Me faz morada. Do meu agora. Ora. Perdi o fio da meada. Ah, a estrada! A trilha sonora, meu pulsar vibra junto. Que conjunto! Minha banda predileta.
As jornadas. E decola. Eu amo aeroportos. O momento antes de embarcar. A ansiedade por saber que o que está a caminho deixará saudade. E me ancoro nessas expectativas que me arrepiam a alma. Eu amo. Esse frio na coluna. Que vibra e desce pelo corpo inteiro. Sem ponteiro. Perdi a hora. Mas minha senhora, onde encontro a próxima estação?
E aponta sem duvidas para o meu coração. É que vi tantas placas, pura confusão. Sempre pedi por sinais e me ceguei entre tantos que foram pra lá de banais. Sinal vermelho. Atenta. Viajar me pira. Eu viro criança. Pinto o sete. Quantas vezes forem preciso. Respiro. Escrevo. Na próxima parada. Encantada. Fotografo sem palavras. Vou te levar lá qualquer dia, você precisa ver aquilo. Te prometo. E numa tarde em frente ao mar a gente ri relembrando de outras pirações que começaram com piadas e se concretizaram em verdades realizadas daquelas que não esperam por nenhum despertador incomodar. Daqueles dias que você desliga o celular porque você se permite nua e crua. Verdadeiramente. Agora. Olha com timidez e cumplicidade enquanto o sete que pintamos a pouco colore com aquarela o céu que nos cobre. E entre a saudade que nos beija e arrepia a nuca promete e faz novos planos. Que me farão dar os próximos passos ainda mais firmes. Como em filme. Descalça. Fico à milanesa enquanto se joga em mim e nos pintamos de areia.
Amanhã pego o trem. Você vem?
Eu desço uma estação antes do destino, sem pressa. Sentir o calçar. Em cada pulsar. Fecho os olhos. Presente. Se sente. Aqui do meu lado. Te faço cafuné. Pois é. Num piscar de olhos. Eu só queria dizer que amo esses frios na barriga. E essas viagens. Mas eu me distraio fácil. Perdão. Qual é mesmo a próxima estação? Que viagem! E sigo porque amor é coragem. E quando falam de sinais, eu sei que eles agem. Eu reajo. Viajo. Ali né? Ah, esses encontros e desencontros… Até já!
