Trilha sonora: Don’t Let Me Down – Milky Chance
Sim, eu sei que tudo passa.
Mas por um momento eu queria que não.
Pode mudar, ser diferente.
Não quero que seja eterno. Mas quero levar isso comigo. De forma leve que caiba na bolsa. Versão pocket.
Acho que você está se perguntando agora do que eu to falando. Bom, serei mais clara.
Tava pensando aqui sozinha. Fiz umas mudanças no meu quarto. Joguei fora tudo aqui que já não fazia mais sentido. Sabe aquelas roupas e objetos que você guarda achando que virão a ter sua funcionalidade? Então, 90% ali não vai. Tá só ocupando espaço mesmo.
É eu sei. Isso se chama apego!
Mas faz assim, separa ali, e faz o teste. Você nem vai lembrar que existe caso seja, deixe ir. Live and let die. Li em algum lugar certa vez e ficou na minha cabeça. Tem coisa que precisa ir pra abrir espaço. A gente tem certos apegos inexplicáveis. Até mesmo incoerentes.
É que eu sei, tem coisa que marca de certa forma que a gente não quer se deixar esquecer do que ali se passou e o que representa. Eu amo essas ressignificações. Sou uma louca apaixonada por fotografias. É um jeitinho de eternizar o momento do agora pra sempre. Tem fotografia que eu sinto a temperatura, o cheiro, textura.
E isso sim eu não quero deixar passar!
Isso somos nós.
Sou! Essa história em constante mudança e cheia de temporadas com alguns capítulos até aleatórios a princípio mas que depois se tornam autoexplicativos. É tudo tão incerto que acabo encontrando minhas certezas.
E nessa de recomeçar e se permitir testar as possibilidades, a gente se reconhece, redescobre novas cores, gostos, sabores, paixões, confortos, crenças, hábitos, rotinas. No meio do caos, a gente lembra que a felicidade mora na liberdade de ser.
Somos mudanças constantes num cenário de incertezas inconstantes. Onde a fragilidade e vulnerabilidade é certeza e virtude. A liberdade de ser e renascer é a arte de se reconhecer, tato e ato de se sentir presente agora e já. É difícil acreditar. Mas isso basta. A gente se basta. O arrepio que diz está acontecendo e sinto. Felicidade espontânea. Reconhecer. Que se é! E aqui mora a magia e faz casa. Dá asa. Levanta voo. E vou. Porque para renascer é preciso antes morrer.
Até porque tudo passa.
Mas por um momento eu queria que não.
Então vou fazer valer.
