Trilha sonora: Holocene – Bon Iver.
Tem detalhes que mudam toda uma peça. Um sorriso de lado que muda sua direção. Um oi vindo tímido que termina em uma boa conversa. A ligação recebida porque “precisava ouvir tua voz”. A mensagem carinhosa pra saber como está. O beijo na testa seguido do abraço apertado. Proteção. Cuidado. Atenção. O gesto. Amado. O tato. No ato. Espontâneo. Momentâneo, mas que se estica, encanta e canta na memória e dura, enraizada, se transforma. Metamorfose. Já adulta e cheia de personalidade. Igual as palavras que viram atos. Cresce. Dá frutos. Floresce. Entre o sobe e desce. Se enaltece. E depois de aprender a se amar, encontra o amor no mundo. E nos cantos antes passados sem terem tido atenção. Recolhe o belo. Pelo olhar. Agradece com um sorriso cheio de gratidão. Por ter tido a oportunidade de ver em tudo um lado bom. Tudo até no nada. Nas páginas em branco, a oportunidade. Nos obstáculos, os desafios. Supera. Dá a volta por cima. Soa a camisa. Arregaça as mangas. E se mostra capaz. Porque se ama. Porque ama o mundo. Foi amor à primeira vista. E nessa história não só o final é feliz. A jornada que essa seja longa. E o amor duradouro. Determinado como quem é de Touro. Persistente como quem é de Virgem. Com a carisma e coração gigante dos de Sagitário e a audácia dos de Áries. Quem inventou isso tudo? Quem parou pra analisar as influências das nossas estrelas? Faça brilhar. Como quem quer que seja. Veja com os olhos de uma criança que pede aos céus o bem para o planeta. Inocente quando espera cheia de crenças algum sinal do bom velhinho. E os pais comovidos se transformam em um. Por que isso? A resposta vem com o tempo. Os anos passam. Idade aumenta. A gente muda. Como aquela plantada no jardim de casa. As raízes flutuam, se mexem, locomovem e crescem. Entende que a mente é o próprio lar. Os sinais surgem. A pele. Os cabelos. No espelho, os anos passados deixam marcas. E o que fica é o agora. E as lembranças do agora vivido no volume máximo. Mas aqui dentro ainda é o mesmo. O mesmo espaço, mesma casa e aconchego. Estou de portas abertas. Na recepção o sorriso. O olhar aprende a sorrir também. Vira ópera. E gente canta. Abre as cortinas sem esperar pelos aplausos. Quero pôr do sol. Então aplaudo. Quantos estão marcados em ti? Quantos enxerga no teu espelho?
Hoje foi o tão esperado dia do FCE Exam. Depois da prova. Os comentários. Galera, acabou! Nem dá pra acreditar que se passaram dez semanas. Sei que com isso vem também as despedidas. Mas deixa isso pra depois. É hora de comemorar. O sol lá fora já esperava. O dia pedia praia. E fomos. Welcome, eu e as Recife. St. Kilda não perde seu encanto nunca. O calor tocando a pele. Beija. Fomos almoçar no Schnitz. Aquele hamburgão pra preparar o estômago pra um dia abstrato. Do tipo que quando tu vai contar sobre se empolga e por mais que fale, nunca acha que será suficiente. Saímos de lá e fomos pra Typo, minha papelaria favorita. As três super entretidas com as coisas fofas e o Welcome perdido entre nossa empolgação. Hahahahah acabou que quando estávamos saindo, cadê o garoto? Hahahahaha estava brincando de formar nossos nomes com as garrafinhas que tinham iniciais. Hahahaha ai então fomos surpreendidos. Entre os sotaques, o Welcome aprendeu a falar “sigam-me os bons” igual paulista e recifense. Mas no fundo todos aceitamos que ele é meio paulista, né meninas? Hahahahahaha. As risadas. A amizade. A saudade que vai ficar desses momentos tão espontâneos e cheio de nós. Marca também. E enraíza. Entra pro espelho e pra casa. Corre, um dia sem pôr do sol é um dia perdido. Fomos ver de outro ângulo. Segunda praia do dia, Brighton Beach. Já chegamos com o laranjão nos recepcionando. Corremos. Vimos as casinhas coloridas. O sol se indo. E fomos. A brisa do mar. O barulho devagar das ondas. Essa é a minha calma. Minha alma. Serena. Minha paz. O azul e suas tonalidades. O céu beijando o mar. E amo.
A resposta está dentro de casa. Revista. Que vista. Pela janela de casa. Ou da alma. Me olha. Os reflexos. Dos anseios. E do espelho. São contornos e formas. E a resposta ainda abstrata. Acho que por isso gosto tanto de palavras. Nos detalhes. Como sementes. E crescem. Atitudes. Adolescentes. Sem pensar ou corajosas de mais para se fazer depois de um minuto refletida. Mas feita. Não mais desfeita. Orgulhosa. Cheia de marra. E amarra a gente no agora. Que hora! E reza pra Nossa Senhora. Seja o que Deus quiser. Os resultados. Improvisados. Por vezes calculados. E aprende, nos altos e baixos, a saber olhar pro lado bom da vida. E a se amar. Cresce. Se restabelece. E tece mais uma jornada. Os caminhos. As escolhas. Integra. O sentir, pensar, agir, sonhar e olhar. É pessoal. É tempo. É idade. É natural. E passa. E dá espaço pro novo. De novo. E a gente segue. Perseguindo o que nos faz ser o que somos. Donos do mundo. Donos dos sonhos. Donos do brilho que nos enche os olhos. A personalidade crescida com suas responsabilidades ardentes e cheias de vida. Aprendida a lição. Encher a alma de cor e emoção. Daquela que faz o peito pular de alegria. E eu ria de tal comparação. Mas entendi não só a solução da questão, compreendi o porquê da nossa ação. Missão? Tanto estudo, mistério e confusão. É tanto “não”. Respira. Pausa. Escute o momento. Seja palavra. Seja atitude, gestos ou personalidade. Seja idade. Seja agora. Até porque tem uma hora que se tem que escolher a vida. E ainda que eu não perceba ou então que não entenda bem o significado disso, uma coisa é clara, a hora dessa escolha é agora. Está acontecendo.






































