Trilha sonora: Headlights – Robin Schultz.
É engraçado parar pra pensar no agora imaginado no passado. Você tinha ideia de que chegaria onde está? Com as pessoas e situações que te cercam? Essa coisa de tempo… Parece que a vida gosta de brincar de “pegadinha do malandro”, surpresa! Glu glu. Ela deve olhar pra gente e pensar “hahahaha olha que tonto, tá criando vários planos, vamos lá dar aquela causada e mostrar quem é que manda”. E de verdade? Ainda bem que o tempo gosta dessa zuera. É no improviso que saem as melhoras ideias e melhores momentos. É no não programado que conhecemos as melhores companhias que se tornam grandes amizades e viram até família. A gente acha que sabe o que é melhor pra gente. Criamos mil planos. Temos que levantar as mãozinhas pro céu quando algo não dá certo. É sério! Nem sempre o que a gente quer, nos é o melhor. Parece papo de conformistas. Mas é um ponto positivo de enxergar. Falo de tempo. Talvez o já não seja o presente ideal para o que você anseia agora. Calma. Aquele velho clichê do “tudo tem o seu tempo”, ok! Ainda assim, faça o seu próprio. Não tente interpretá-lo. Se ele quer brincar, entra no jogo! Marcou 1×1, é sucesso! Se ele estiver com vantagem, corre pro ataque. Cultive a imaginação. Deixe florir. Ali é sempre primavera. Não corte as ideias pelas raízes. Deixe dar frutos. Continue criando planos. Deixe-se ser surpreendido. Não se antecipe. Estude o timing. Escute seu sexto sentido. Você vai sempre saber quando usar seus 20 segundos. A gente sabe a hora certa. A sensação de chegar lá na frente e ver como tudo mudou da água pro vinho é tão… Caramba! Olha essas luzes! Eu já falei que amo Southbank? A noite aqui é tão jovem. Tão cheia de sonhos. A caixinha de som. As luzes que deixam toda noite com gostinho de natal, o Yarra River, os prédios com mais luzes, os fogos. E na cabeça começa aquela música “you may say i’m a dreamer, but i’m not the only one”. Sempre fui muito cabeça nas nuvens. Cheia de querer e colecionar sonhos. E jogava a responsabilidade de concretizar pro tempo. Tenho um caderninho com uma lista de tudo que ainda quero fazer. Sim, uma lista. A mania que não achei cura ainda. Hahahahah. Devo dizer que a lista tá enorme. Isso que já tirei bastante coisa dali. Bom, sou do signo de virgem. Meio regrada demais, confesso. E estou aprendendo a parar de me programar e me deixar ser igual o tempo. Esse ano já está sendo todo diferente. Eu normalmente teria na cabeça várias ideias do que fazer durante o ano já de começo. Desta vez, só tinha um destino em mente. E dei meu tempo ao tempo. Challenge accepted. Me desafiar é uma das coisas que aprendi a gostar. Rasguei a listinha. Estou tirando tudo do papel. Antes eu falava de coragem. Hoje estamos nos conhecendo e esquecendo o prazo de 20 segundos. Feche os olhos e vem. Nós costumamos ser nossos próprios limites. Aquele papo de “vença a si mesmo e terás vencido seu pior adversário”. O tempo ainda que pareça estar no time adversário, por mais que goste de causar com a nossa cara, é o tipo de amigo que vem dá a rasteira pra brincar com você e depois te pega no colo, te levanta, dá impulso e te joga pra cima. Confie!
Tem coisa que acontece e de tão perfeito, ainda que com as imperfeições, te deixa meio numb, meio sem reação. Desacreditando que é real. Como se quando o sonho se realizasse e a sensação é de que ainda está sonhando. O fato é que está acontecendo. Mas cadê a ficha que não cai? A gente é capaz de tanta coisa que acha que é impossível. Tanta coisa é possível e a gente não enxerga porque cisma em olhar quatro paredes cercando… Hoje aconteceram umas coisas bem engraçadas, tirando o fato de ficar na escola o dia inteiro (blergh! Ahahhaha). Minha irmãzinha de 7 anos no WhatsApp, é sempre comédia! Ela atacou de novo! Só me manda “oi”, não fala mais nada! Hahahahah MANHÊ, AJUDA A MENINA! Sabe a ideia genial que tive hoje também? Eu estava ensinando algumas gírias brasileiras para um amigo e estou pensando seriamente em fazer um dicionário hahahahahaha. Ficou muito bom, “cara”! Se algum gringo estiver lendo isso aqui com o Google Translate, me chama caso tenha ficado interessado por aulinhas! Hahahaha tia Badá dá aquela help! Sabe o que não tinha sentido antes? O quão bom é ouvir a voz de alguém que faz falta. Depois que vim parar tão longe, as coisas parecem tão mais lindas, parece que tudo ganhou um significado e valor ainda maior. O olhar muda. A gente vê nos detalhes. E quebra as paredes. Constrói pontes. Não aceita um “não” tão fácil, os planos não se restringem a Plano A e B, tem alfabeto inteiro com espaço pros improvisos. Pode vir. Alternativas a gente inventa. É tudo um “se vira nos 30”. Dei uma afrouxada na saudade. Conheci gente nova. Reconheci o valor dos antigos. Ganhei bolo de chocolate do amigo. Aumentou a saudade. Trabalhei. Trabalhar com hospitality é engraçado. Não é simples como parece. Você tem que aprender a linguagem corporal. Entender o timing, as reações. As feições. Os sinais. Os malabarismos. Os sabores. O saber lidar. O choque de culturas. Pega os 20 segundos e transforma em 30. Ahahhaha. Se vira! No final, você nem acredita que conseguiu!
A real é que por mais que eu já sonhava com isso, eu não imaginava o que seria viver isso. Sentir essa falta, sentirem sua falta. Essa saudade não existia. Essa felicidade de viver era desconhecida. Esse amor pelos lugares, pelas pessoas, pelas descobertas nunca foi tão grande. A intensidade do que tá aqui dentro nunca tinha ganhado tamanha dimensão. Tem trilha sonora por todo lado. As cores e luzes acendem uma fome de mundo. Tudo é arte.
Tirando uns errinhos, logo mais vira dicionário. Hahahaha



