Trilha sonora: Uma Thurman – Fall Out Boy.
Olha, eu confesso! Cozinha não é a minha praia. Eu apanho tentando fazer algo gostoso pra comer. Mas entendo bem na teoria, não tão bem, diria. Ainda assim reconheço. O segredo está no zelo e no tempero. Sempre tem apreço. Mas de gordice, sou mestre! Odeio coisa mal temperada. Sem gosto. Não gosto. Sem sal, sem açúcar. Sem aquela aprovação que já começa pelo cheiro. Instiga. Dá vontade de lamber os dedos e repetir o prato. Self service. Coloca o que agrada. Acrescenta o que acha que falta. Se sentir à vontade. Agora esqueça comida. Estou falando dos nossos dias. Tempera!
Hoje sai com dois amigos pela cidade. Compras. Donuts. Risadas. Companhia. Sinceridade. Amizade. Momentos dignos de “bons tempos”. Que mal passa e já deixa saudade. A ligação com a mamis. Já citei saudade? Até minha mãe me chama de Badá. É engraçado mas o apelido pegou aqui também, apesar de ter sofrido derivações com os sotaques. Sou apaixonada por eles.
Não gosto de ser chamada pelo nome, soa bronca. Se eu te conheço e vice versa, pra você sou Deca, Badá, Tatá, Amandioca, Batata, Laka, Dinha, Blue Blue, Amandinha, Gisele, nada cru, por favor! Um dia fui num restaurante que não conhecia, minha amiga confiante me disse “Relaxa, ruim não vai ser. Até porque a fome é o melhor tempero!”. Já ouvi dizer, “Cara, tu é conformista! Pra você tudo tá bom!”. Aquilo me deixou louca. A verdade é que ando com muita fome. E não é comida que desejo no meu prato. Quero mundo.
Quero a infinitude nos segundos. A intensidade da batida. O ritmo nos movimentos. E agir. Se mova. Remexe. Trabalhar em milagres. Mover montanhas. Impossível. Provar o contrário. Observe! Atente. Provoque. Arrisque. Tente. Insista. Eu quero o querer. Também tempero. Viver à flor da pele. Quando tão profunda as raízes que te fazem olhar pra dentro, rega, transborda e floresce pra fora. Essa é minha fome. E ela floresce. Vejo flores, sou todas elas.





