Trilha sonora: Come On Get Higher – Matt Nathanson.
“Você é toda louca”, “Para de ser idiota”, “Você ri de tudo”, “Você não se importa com o que vão falar?”, eles disseram indignados. Mais motivos pra risos. Talvez seja. Não paro. Rio daqui até Janeiro e mais hehehe. De vez em quando sim. Ah, me poupe, sabe?! Já me importei tanto, ainda me importo com coisas pequenas. E pra quê? Ninguém entende. Tem hora que nem eu entendo meu roteiro. Como fazer outro entender se nem tem o meu papel. Preste atenção! Seguir com os próprios passos a própria trilha. Vão te aconselhar a ir pela direita, outros dirão que pela esquerda a vista é mais bonita e que se você correr você pega o próximo trem. Mas a decisão é sua. A consequência quem sofre? Sem sofrimento! A gente brinda e cumprimenta. Seja bem vindo! Tem gente que precisa de muito pra se sentir alto. Não falo de altura, até porque eu preciso de força pra me manter na ponta dos pés ou de um salto que vai me deixar com dor no dia seguinte só de tocar o chão. Não ande, nem corra! To falando de se deixar levar. Com a brisa. Com a água do mar. O riso frouxo. Os desejos que aceleram. As vontades que dão asas. E flua, voa! Completa. Enaltece. Agradece. Simplesmente acontece. Espontâneo. Improvisado. Encorajado. De vez em quando planejado. E faz todo mundo sair do quadrado. Pula de paraquedas e a adrenalina toma conta. Marca território. Chama pra dançar. Marca uma viagem e te leva pra conhecer o melhor ponto da cidade pra ver o sol se pôr. E te põe pra sentir isso que te torna leve, ainda que com a bagagem cheia de histórias e acrescenta. Recarrega a bateria. Tudo cem por cento. A presença. O presente. A atenção. O toque. O acorda. Tá na hora! É já!
Fui fazer uma entrevista em Port Melbourne hoje. Se Deus quiser, vem coisa boa ai! Se não, valeu ter saído de casa logo cedo pra ver o porto! Que lugar inspirador. Uma conversa curiosa, um café com vista pro mar, oportunidades e troca de conhecimentos. Uma pausa em Brighton. Um pôr do sol em meio ao vento gelado que além de fazer barulho, vinha bagunçar meu cabelo.
Juro, venho tentando explicar o que se passa. Mas passa assim de um jeito tão devagar e rápido. Tão contraditório. Queria compartilhar isso! Consegue sentir? Percebe? Cante junto, feche os olhos! Dance no ritmo, sem ritmo mesmo! Se a chuva cair, que caia! Saia de casa! Abra as asas. Sem guarda chuva mesmo! Se molha! Se encha de vida. Encha o peito. Bater de frente com o tempo feio. Só preciso do pouco! É simples. Coleciono palavras, histórias, corações e todas emoções. Não abro mão de quantidade. Quero mais e mais encher meu repertório e bagagem de viagens. Quero o detalhado som do mar numa tarde de caminhada ou ainda o da chuva ao dormir. Quero o cafuné que chega e não termina até me fazer cair no sono. Os beijos na testa cheio de respeito. Eu assumo, eu coleciono os detalhes. Posso não ter uma memória muito boa. Mas se eu for te contar uma história, se prepara pra ouvir antes uma breve (nem sempre breve) introdução, por vezes dou uma volta ao mundo pra chegar ao ponto de destino, mas no final você entende que teve um motivo, mesmo quando o motivo é não ter um. Eu dou voltas. Sempre me disseram que a jornada é melhor que chegar ao destino. Então eu sigo distribuindo e coletando tudo o que meus olhos são capazes de capturar, minhas mãos não obedientes nem sempre respeitam as placas de “não toque”, a mente num turbilhão tenta se concentrar nos detalhes do agora e acaba criando roteiros, histórias e todo um filme que ali seria gravado, acontece? Quem sabe? Por que não? Que tal agora? Se aproxime! Luz, câmera, ação! Gravando! Tem lugar que te faz sentir tanto. Sinto muito se não percebe! Tem que estar aberto e disposto! Quando as portas estão fechadas, afastam o mal, mas também as boas novas. Quando toda preparada e receptiva, atrai o mundo e deixa o medo assustado. Tão fácil! Tão complicado. Tão confuso, foge! Não é pra fazer sentido. Que fique mal explicado mesmo! O que posso garantir é que tem um jeito que deixa a bateria sempre recarregada. É seguir a própria trilha, com o mapa, o auto-retrato, te levando onde o ar é limpo e mais leve. Onde você respira devagar e não tem pressa de perder e ganhar, seguindo sem nem mesmo se preocupar. Se questiona e deixa levar. Leve. Onde a curiosidade grita, a felicidade dá gargalhadas. As surpresas se impressionam. O coração aquece e bate emocionado. Os olhos sorriem. E você não se vê mais no espelho, mas em cada canto que passa. E sente o momento, você pega a caneta e escreve sobre, e passa e renasce, o agora, acontece e faz acontecer! Vá atrás daquilo que te faz sentir que tá acontecendo, que cada passo que você dá, você já saiu do lugar! E muda! Vá seguindo aquilo que te deixe alto. E eles vão comentar. “Você é louca!”, “ri de tudo”, e por aí vai! Carrega a bateria, esses são os sinais que está no caminho certo, continue a trilhar!
















