Parece que estou sonhando e vou acordar a qualquer hora. Sensação de que quando voltar, vou duvidar se realmente aconteceu.
A entrega é tão grande que a recompensa vem em forma de sonho acordado. Mas ainda parece que só estou dormindo. Não quero alarmes. Haja cinco minutinhos! Viverei no modo soneca. Melhor, desliga!
Bom dia, dizia o relógio que me obrigou a sair da cama quentinha e encarar o frio lá de fora. A jornada rotineira continua. Então vamos, estou pronta pra isso. Dez horas da manhã corri pra anotar pedidos. Também peço. Mais tarde almocei, depois corri pra casa e em vinte minutos já estava na estação pegando o próximo trem com destino à continuação da correria. Entre esse meio tempo, uma conversa de desabafo e saudade. É tão mágico quando a amizade persiste entre oceanos e o que muda é que fica ainda mais forte.
Reparei esses dias que quando você explica algo em outra língua, você abre sua dimensão sobre o assunto, o horizonte expande e você compreende de verdade todos os âmbitos. Expliquei saudade.
Mais um dia de risos no trabalho, cappuccino, pasta carbonara, chocolate quente e estar a caminho de casa às dez horas já sabendo os próximos passos.
Dia dos pais no Brasil, só mais um daqueles clichês que faz você conhecer o pai de todo mundo graças às homenagens. Todos os dias. O meu merece vidas! Daria a minha pela dele. Já fez e faz tanto por mim. Ele é a minha sorte. A minha resposta do “o que quer ser quando crescer?”. Mesmo sangue. Mesma altura. Mesma teimosia. Mesma demora e energia. Mesma perseverança. E um amor que transborda pelo mundo! Deposita em mim tanta confiança e acredita nos meus sonhos, mais do que eu por vezes! Por ele eu acredito em super-heróis! Tem em mim uma fã que enche a boca pra falar que é filha! Minha alegria, inspiração e força. Por ele, sou Amanda, sou Badá e nasci pra amar e ser amada amando.
Mas calma, não acabou ainda! Corre pra casa, se arruma! Esquece que os pés reclamam e o corpo pede cama. Despedida de um grande amigo. Estou pronta. Toc toc. Cheguei pra escrever também. Vamos fazer história. Mais música. Mais risos. Abraços. Carinho. Bagunça. Canadá, México, Coréia, Bélgica, Colômbia, França, Brasil. O melhor de cada um, ali! Tudo junto e misturado às gargalhadas e mais piadas. Cheers.
Então o celular toca. Meu pai respondeu. Uma foto. O almoço de dia dos pais, eu estava lá. Uma blusa minha e foto me tornaram presente. E acompanhou um áudio que guardo com carinho. Oh pai! Hahahaha escorregou uma lágrima. Hahahaha. Levantei animada pra dançar. Quando fui ver, meu amigo mexicano falando com a minha mãe. Hahahahah. “Seja bem vindo aqui no Brasil, venha quando quiser”, troca de palavras em português e espanhol. “Gracias”. Hahahahaha. Ah, essas pequenas coisas fazem me sentir tão grande. O peito enche. Às vezes os olhos também e se desmancham pra ver tudo brilhar mais. Tá claro!
E direto me pego aos rabiscos no bloquinho de pedidos. Não só o de anotar as ordens nos restaurantes… Peço com fé e agradeço. Amém.
Se entrega ao sonho. Se por ventura tiver que acordar que seja aos beijos e a gente sonha de novo a ponto de se perguntar se está acontecendo ou se faz parte da imaginação. Imagina?
Pensa só que coisa linda!? Estica. Prolonga. Sem data de validade e expiração. Quero ouvir a sua respiração. Me inspira. Há vida! E pulsa. E sonha. Realiza. Ainda mais quando acordada. Levanta toda cheia de graça e sai a rabiscar caminhos com suas pegadas. E perguntam hoje por onde anda e pra onde vai. Ontem a ouviram falar de planos e vontades, falar é fácil, também vou, me espera, rimos juntos sem botar tanta fé. “Mais uma que sonha”. Amanhã acompanharão nostalgicamente os passos e ligam pra dizer “saudade” com receio de não a ver voltar. Será que volta? Volta. Mas não voltará. Ela fica um pouco em cada canto e de cada canto leva um tanto. E vai. Volta. Rebola. E dança. E se vai de novo. Quando se gira com o mundo, a gente não para, acompanha o ritmo daquilo que faz o peito bater mais forte e os olhos enxergarem a maior variedade de cores. E vira paleta. E vira arco-íris. Vira mar. Pega onda. Mergulha. Escala e pula. Se expõe. Sem medo. Aliás, com um apenas. O de







