Cafuné

Trilha sonora: Good For You – Selena Gomez ft. ASAP Rocky. 
Tem coisa que dá sede. Calor. Aquele friozinho na barriga. As pernas bambas. A boca seca. O coração acelera. Fome. Asas. Inspira. Vai. Voa. É música. E soa bem na alma. Veste a hora. Arregaça as mangas. Provoca. Instiga. Intriga. Curiosa. Explora. Desvenda. Experimenta. Todas situações e posições. Enquadra? Aqui está melhor? Calma, confia! Dá as mãos e te convence a pular. Tá bom assim ou fica melhor com a outra? Reflete. Repete. Insiste. Te deixa na dúvida. E agora? Está acontecendo, te juro! Precisa fechar os olhos e dizer que sim! Faz isso por mim? Tem o que te deixa perdido e o que se perde por ti. Mas se perder um no outro… O encontro. Deixa aproximar. O jeito tímido. Com sorriso de lado. Te causa efeitos. E você reage como? Os átomos. Entre fusão e fissão. Compartilha. Se liga! Olha a química! Recombina! Intensa. Entrosa. Curiosa. Restabelece a conexão. Tem alguém na liga? Ou era telefone sem fio? Engano? Puxa pelas pontas. Vira nó. Aquele emaranhado. Ninguém desfaz. E se houver tal ousadia a gente faz bagunça e refaz. Chega como quem não quer nada e se aconchega. Se encaixa como se sempre tivesse feito parte dali. E por um instante a sentença é verdadeira. E fica. Provoca mais diversas ações e reações. Já parou pra questionar os diferentes tipos de efeitos? Devo ser muito sensitiva, mas o fato é que já parei pra analisar. E confesso que não dá para enumerar. Pequei em tentar classificar. Sem pena, quero mostrar que não é preciso toque para sentir, existe! Mais forte que distância e provas! Tão forte que todo mundo acredita! É aquilo que a gente precisa! O cafuné. A mensagem logo cedo. O sol que vem tímido acariciar e quando toca, você se entrega e pede mais. Até fecha os olhos porque confia. É escolha. E você pedia pra ser agora! Deu aval! Abram alas! Com licença! Se esparrama. Rasteja sem vergonha por aquilo que te chama! Tá escrito! É destino? Coincidência? Tem meu nome na correspondência? Foi prepotência ou só mais uma sentença? Ah me dê licença! Que assim seja! Se não, que seja crença! A gente pede a bença! Era carência! Fome de mundo! Sentir demais onde a maioria teme e se proíbe com receios e vários “e se”… E se der errado? E se eu sofrer? E se eu me arrepender? E se amanhã não for mais o certo? E hoje? E as exclamações? Eu adoro interrogações. Mas amo as reticências. Os três pontos intermináveis. Eles que prolongam e se esticam teimando em continuar. E a gente se encontra nesse ciclo vicioso. E pede mais. Dá esperança e chama pra perto. Acena e avisa que tem coisa por vir. Nada definido. Aquele vão que te permite ser quem é, fazer o que quer e o que puder. E dá vontade de ser hoje e amanhã, agora. E a gente vai construindo o nosso ser respondendo aquela pergunta que sempre fazem sobre crescer. Quem quer ser? E vai sendo sem estar percebendo. Vivendo à flor da pele o pleno. Sereno. E contraditoriamente inquieto. Vai com sede ao pote. E sem fazer tempestade em copo d’água, mergulha. Temos tanto ainda por dizer. Só reticências. E o que seria de nós sem a expectativa? O que seria de nós sem os efeitos do agora? 
Sai do trabalho, passei no 7 Eleven, parei na Federation Square com meu chocolate e muffin na mão. Nunca tinha visto aquele lugar tão cheio. O sol era a resposta. E que motivo tão lindo. O toque que acolhe e faz cafuné. Aquece e diz que te quer. Sol que me faltava. O brilho na pele. Nessas horas a gente vê o quanto precisa disso. Tão simples e amigo. Peguei meu trem pra Windsor. Segunda parte do dia. Lá fui eu tirar pedido. Servir valores. Matar a fome. Entregar sabores. Enxergar amores e olhares apaixonados. Os amigos que usam desculpa da fome pela carência de nome. Mas a gente vive mesmo pelos desejos e seus efeitos. Por sentir na pele os anseios sem nenhum receio de ser sem sentido. E sente! 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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