Chama que vou!

Trilha sonora: Stiches – Shawn Mendes. 
Bom dia! Bom dia! Bom dia! Acordei antes do despertador hoje! Dançando e cantando alto! Acorda, galera! A luz do sol acompanhou meu ritmo e a gente seguiu junto! Toda arte precisa de um admirador. E lá estava eu encantada. Coloquei música pra tocar. Corri pro banho. Sai fresquinha com os cabelos molhados. Vesti meu All Star e o vestidinho mais leve que tenho. Meu primo ligou. “Vem cá!”. Sai correndo. Enquanto o semáforo ainda fechado, dançando. Quando ninguém olhando, ria sozinha e andava saltitando. Cara, nem ligo pro que vão pensar. To feliz e não vou me guardar. Ué, por que a gente tem essa ideia idiota, esse medo de ser feliz ou de se passar por louco? Hahahaha eu sou feliz, sou louca, e to nem aí mais! Pensem bem. Pensam mal. Só não desliguem a música! Hahahaha. Ah, que coisa boa essa! Sincronia. Sintoniza. Sinfonia. Sinto tanto que a galera que me via até ria. Ali na rua. Tão minha. Tão tua. Só ia. Só ria. E os sorrisos de um viravam mais. Era o meu. O teu. O nosso. E o de quem passava e via. Ah, felicidade sem vergonha! Suponha! Só você, seu canto escolhido, a música que funciona de trilha sonora pros pensamentos e sentimentos. Pensei longe! E cheguei. 
Flinders Station. Corri pra Southern Cross pra pegar o trem nostálgico. Corre, em dois minutos o trem sai. E ali estava eu, de vestido e tênis, com os fones de ouvido, música acelerada, eu rindo desacreditada como o ritmo e letra faziam tanto sentido. Ufa, a plataforma certa! Marcando 8s. A hora que eu vi aquilo comecei a pular de tanta alegria. Ah que sorte, guri! Por oito segundos. OITO SEGUNDOS! Não acredito! E ria! Dançava. Saltitava. Igual uma criança quando ganha o brinquedo que tanto queria. E os oito segundos viraram um minuto, nada do trem. Bem que a plataforma tá vazia, estranho! Pensei comigo, hahahah. Vou olhar o horário de novo, 55 min! O QUE? Era plataforma 8S! Ai que antaaaaa! Hahahaha ria sozinha pela burrice! Não vou esperar todo esse tempo! Prefiro pegar o trem mais demorado e depois um ônibus, ainda chego antes. Melhor que ficar esperando pelo trem nostálgico, apesar dele ser bem mais rápido. E fui. Segui o plano B. Ufa, sentei! Hahaha agora só esperar. Mas espera! Nunca passei por esse lugar antes! Ah não! Não brinca que peguei o errado! Hahahaha. Ok! Calma! Desci e esperei o certo! Ainda bem que tá sol e o dia tá lindo! HAHAHAHHA. Por que sou assim? Hahahahah. Meu primo manda mensagem, “relaxa, falei pra chegar as 10 pq sabia que ia se atrasar”. Hahahaha e o prêmio de pessoa mais enrolada e atrapalhada vai paaaaaara? 
Cheguei na estação. Ele me buscou! Como é bom ter gente que te espera e te chama. Eu sou daquelas que fazem convite, e não fazem cena pra aceitar um também. To dentro! Borá! 
Pausa no shopping Werribee Plazza. Comprei minha roupa pro evento que vou trabalhar essa semana. Tem coisa boa vindo por aí! Hahaha. E meu primo tá sempre comigo nessas. Sou ele de saia. Hahahha. Chegamos. A Alpha toda bela brincando lá fora. “Vamos pra praia levá-la pra passear!” JURA? CARALHO, EU TE AMOOOO! “Quer fazer a Amanda feliz só falar de praia!”, ele me conhece! Hahahaha. Nos arrumamos. Oi, Altona Beach! Ventinho no rosto. Cabelos ao vento. De vento em poupa. E eu ali, rindo e dançando, vinte anos nas costas, me sentindo uma criança. Essa felicidade tão genuína sem motivo, sem razão. Só é. Por ser. Sendo. E me desculpe os críticos do gerúndio. Mas estava sendo, indo, lendo, respirando, tudo num processo de agora prolongado que se esticava e de tão real eu até tocava. Sentia e respirava. Arte. Esse sol. Aquele mar. O céu super azul. A música. O som da risada. A brisa gelada. A areia nos pés. 
Voltamos pra casa. Hora de barbecue. Filminho. Sorvete. E carinho. Sabe aquela sensação de autonomia? De poder ir pra onde quiser? Avançar o sinal. Ultrapassar a faixa. Bater o recorde. Passar de nível. Seguir em frente. Seguir as intuições. E os chamados. Me chama que eu vou. Me espera que estou chegando! Trouxe risada e muito amor. Algumas histórias e mais páginas em branco pra dar espaço para novos contos cheios de cantos. E vamos onde pra longe pra donde quiser. Seguir a luz do sol e continuar a se encantar com o simples de cada dia! Pega carona? Fecha? Tá dentro? Põe o pé na estrada? Corpo e alma? Sem por cento! Cem! Vem, vai! Nesse vai e vem, a gente vai sendo, desculpa de novo o gerúndio, sentindo! 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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