O céu lá fora, nublado. Eu aqui dentro, isolado. A gente sempre quer demais. Quero tanto. Penso. Planejo. O próximo passo… E quando esse já não depende da gente? Esperas… Entra na fila. Tenta um atalho. Mas o céu não tá bem afim de abrir. A chuva começa. E você no começo abre as janelas e se diverte com o barulho vindo dela. Mas depois começa a implorar pela luz do sol tocando a pele. Esperas… E a gente de tanto escutar “quem espera, sempre alcança”, senta então pra apreciar. E começa a inventar algo para lhe encantar e passar o tempo. Só que não quero apenas vê-lo passar. Sempre amei observar, mas aprendi quando pequena que o importante é participar. E quero tanto. Me diga, em que cena entrar? Dizem que pra tudo tem o lugar e o momento certo, o timing… Esperas… Mas e aquele papo de fazer o momento agora? Por que chamam quem vai aos hospitais de pacientes? Então entra a fé. O que tiver que ser, será! E confio! Que assim seja! O que me intriga é até que ponto a espera vira conformismo? Atente, me atento e me detenho em não sair abrindo as portas uma por uma. Mas cadê as chaves? A previsão do tempo persiste. Eu insisto! Minha vontade ainda há de convencer que são nesses intervalos que fazemos por merecer, por atribuir valor no que está por vir, então as certezas estão no acreditar que a espera se faz valer quando o sol está por brilhar. Vai ver essa é a chave em questão. Então todas as portas se abrirão. Assim espero…
