Trilha sonora: Learn It All Again Tomorrow – Ben & Ellen Harper.
Acordo às 7 am com a minha mãe pedindo pra pra eu entrar no Skype, justo no Skype, a rede social do filme de ontem. Parece brincadeira do universo. Ahahahah. Não assisto mais filme de terror! E tenho dito! E ainda assisto… Hahahah e tem tanta coisa que a gente fala e paga a língua. Persiste. Insiste. E continua. Bate na porta. Liga de novo. Reenvia. Dá mais uma chance. Revisa. Relembra. Retoca e recombina. Espera. Dá mais cinco minutos. E tolera.
Abri meu Skype e uma mensagem do amigo australiano, “ei, perdi teu número. Me manda mensagem!”. E eu achando que ele tinha desistido e sumido do mapa. Hahaha. Um passo pra trás. Dois pra frente. Seguir sem olhar pra trás é uma decisão muito firme e fria. Só não é útil quando machuca o caminhar e deixa o pescoço dolorido. Não é pra deixar a âncora ali. Mas se somos o tempo, não precisamos nos abandonar a cada passo.
Meu primo teve uma exposição de bolos em Richmond. Fui com ele, arrumamos tudo e senti orgulho. Aquele ali é determinado e sempre lutou pelo o que queria. Escutou tantos nãos e construía sim com as próprias mãos de artista. Entre seus quadros, as tintas a óleo e seus bolos decorados. Tudo feito para ser admirado e degustado. Porque a gente também consagra com os lábios e saboreia com os olhares.
Sai de lá, peguei o tram e fui trabalhar. De lá pra cá, passei no 7 Eleven, comprei meu muffin e chocolate. Parei na Fed Square pra esperar minha hora chegar. Meu amigo australiano me ligou, gente que fala e te enche de energia, me pilha e alegra. “Take care, chica!”. Logo Welcome dá sinal de vida, e eu agradeço por nunca me sentir sozinha…
Peguei meu trem e fui pro outro restaurante. Dia de gente amiga. As risadas, o mousse de chocolate, os abraços, dancinhas improvisadas, a janta indiana e a pizza antes de dar tchau.
No caminho de casa, vi flores no chão. Era amarela. Minha favorita. Dia corrido e chegou a hora do descanso. Mensagem do melhor amigo pra matar a saudade. Essa grita. O desabafo. Conselhos. Receios. Gargalhadas. As vozes. Entrelaçadas. Me fez rir ainda quando nervosa estava. E por um momento senti que estávamos apenas a dois andares de distância. Como era antigamente. Acho que é por essa e outras que a gente ainda insiste, persiste e reinventa. Sempre dando um jeitinho pra estar junto. Quando faz bem, faz bem reprisar. E a gente vai sempre tentar continuar…





