De Volta Pela Volta

Trilha sonora: Bad Blood – Taylor Swift. 
Hey! Pule aqui! Não feche os olhos! Deixe-os bem abertos! Olhe pra baixo! Assusta? Muito alto? Calma, não estremeça! Olhe bem! Tema! Sinta o frio na barriga. Durante o salto, se permita! Faça os 20 segundos serem eternos. Porque mesmo que a queda seja rápida e a adrenalina logo se vai embora, a sensação fica gravada e a gente sente aquele arrepio bom só de lembrar da coragem tomada. Continua tomando. Desce mais uma. Dosagem e rodadas ao infinito e além. 
Um dia desperdiçado é um dia a menos. Um dia usado e abusado é um dia a menos também. Mas é um dia ganho. Ganho pelos momentos, pela saudade e gostinho de quero mais. Normalmente consigo lembrar das histórias com certa particularidade graças a um dos cinco sentidos. Me lembro da luz, intensidade, textura, cheiro, gosto. Eu gosto quando tá ganho. E diriam que o importante é participar. No entanto ninguém treina pra isso. Nem que seja um elogio ou incentivo, um consolo e um cafuné no fim da partida. Esquece, volta! De volta! Devora! Até com o sexto sentido! Sem mapa! Temos o instinto pra isso! Mania de menosprezar o que temos e achar dependências desnecessárias. A gente se basta. A gente alcança. Ainda que seja pela participação, daquelas que recebem uma introdução com um “especial” antecedendo. Ainda que não seja. A gente de fato se basta. Na simplicidade do viver. Ando vendo flores onde ninguém mais vê. 
Hoje reencontrei meu primo e a esposa dele, parada obrigatória no TGI Friday pra engordar um pouquinho. Depois de botar o papo em dia e se atualizar, na volta, hora de prestigiar o amigo violeiro tocando, fomos pro Palinka um espaço bem gostoso em Fitzroy. De música brasileira à colombiana, a noite latina só estava começando. Fomos parar no Copacabana Bar, muito samba, valsa, música latina e de volta pela volta ao mundo. Entre os amigos, Índia, Paquistão, Arábia Saudita, Colômbia, Brasil, Austrália, as risadas com o samba e o jeitinho de cada um dançar que não negava a descendência. Os sotaques. As diferenças que nos unem. As semelhanças que surpreendem. E a curiosidade que nos traz de volta pela volta. 
Depois de os pés darem sinal de vida e os olhos já de tão cansados começarem a se fechar, a gente começa também a se despedir. Ainda antes de dormir escutei aquela voz “boa noite”, o dia foi completo. Cheguei em casa já era amanhã e depois de um dia incrível, a gente ganha. Participa. Especial. E voltamos de volta pelas voltas que a vida dá. Continue de olhos abertos e a coragem tá na mesa pra gente brindar. 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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