Desculpa

Trilha sonora: Paper Aeroplane – Angus & Julia Stone. 

Desculpas! Tem gente que foge. Tem gente que cria. Soluciona. Simplifica. Tem quem é tempestade em copo d’água. Também as que são turbulência e rebentação, só na interação onda-quebramar. Sabe o sque é? Não vai dar… Aprendi com meu pai a não desistir do que eu quero. Ele sempre me disse: eu quero, eu posso, eu consigo. Eu voei. E ainda escuto sua voz. Ecoa na cabeça aquela risada gostosa que me fazia rir ainda mais. E continuo dizendo: o impossível é uma desculpa. Desculpa, mas essa é uma verdade! Engula, faça a digestão! É o ciclo! Quero andar em cima da crista em equilíbrio, mandar tão bem quanto Medina! Imagina? Quantas desculpas você tem guardadas na gaveta? Minha mãe me ensinou a tirar tudo aquilo que já não tem mais uso, que não acrescenta e nem completa, alguém pode precisar mais que a gente! E pra que guardar se não precisa? Só acumula! Usa energia à toa. Abra espaço! Tanta coisa nova a caminho! Repasse pra quem vá fazer bom uso. E deixe a porta aberta. Próximo! 
Hoje na sala de aula, a gente parou pra discutir nossas influências, inspirações, pelo o que nosso coração pulsa e bate forte, o que nos faz continuar. Minha amiga falou sobre a mãe dela que sempre insistiu em apoiá-la dizendo que ela é capaz de conseguir o que quiser, é só acreditar. Meu amigo confiante, disse que ele era a própria influência, que a cada dia ele aprende que se basta pela vontade de vencer e pelas histórias que vem colecionando no meio do caminho e ainda segue a trilha, criando o próprio roteiro. Disse ainda: “começar já é 50% de sucesso garantido!”. E tem dito! Tanta confiança que me fez acreditar que esse é o elemento pra conquistar até aquilo que abstratamente chamamos por felicidade. E faz as bochechas contraírem, simultaneamente as cortinas se abrem ao espetáculo, só riso e mais aplausos! Bravo! Difícil falar de inspirações quando tudo se torna uma! Não sei se é o ângulo, se está desfocado ou se é a altura, aqui parece tudo tão lindo e curioso. Encanta! Inspira! Pira! Respira! (Ar)te! 
H(á mar) nos detalhes! Pegue a prancha! Não entendo de onda, mas procuro aprender! Tenho essa sede de saber um pouco de tudo e tudo de cada pouco. Quando o pouco é muito e vice versa! Basta! Você pode! Se você quer, você consegue! 

Até naqueles dias em que você acorda atrasada, ainda sonolenta e achando que o dia vai ser longo. Alguém te liga com a intenção de não te deixar perder a hora. Aquela preocupação que te faz sentir amada. Vem sem desculpas! Vai com sono mesmo! O dia começou agora! Sorri de volta! Ainda com os olhos quase fechados, dessa vez por terem sido esmagados pelas bochechas egoístas que de tão felizes, apagaram tudo! Não vejo, mas sinto! O cansado também torceu pra apagar as luzes e pro frio viajar. Mas ele se mudou de mala e tudo. Trouxe um vento forte pra fazer companhia. Mas eu ainda vejo os detalhes, ainda to sob a prancha! As cortinas abertas! Comprei um cappuccino e acendi as luzes! Esquentou! A luz do sol surgiu! 

Na aula da tarde, meu professor soltou a frase “it’s hard to lose nothing!” se referindo a lição de casa que não tinham entregado e que inventavam a desculpa de que tinham sim, mas que ele possivelmente perdeu. Virei pra ele e comecei a rir, “que profundo isso!”. Eu não estava brincando! Pare e pense! O que temos a perder? Parar de usar a criatividade com desculpas, tanta utilidade para ser desperdiçada assim com coisas que nos prendem em “e se” intermináveis que viram arrependimentos. Lembre-se: esvazie as gavetas! Dê passagem! Com licença! Des(culpa) é tua! Quando você cria um não, ele volta! O boomerang nessa analogia funciona como a terceira lei de Newton. Cabe a ti a interpretação! O que eu vejo vem de um metro e cinquenta e pouquinho acima do chão. Não é muito, mas tenho uma vista privilegiada. Não precisa de camarote. Tá bom aqui! Consigo ver os detalhes. Se precisar subo na ponta dos pés ou escalo uma montanha, pego uma cadeira e haja escada! Mas dou meu jeitinho! É bom olhar pro alto sempre, e olhe pro chão pra não tropeçar! Direita e esquerda sempre antes de atravessar. Ao andar, olhe para cima e agradeça! É tudo tão azul! E as tantas tonalidades. E mistura as tantas outras cores. Não desperdice a tinta. Vira aquarela. Tinta óleo. Lápis de cor. Canetinha. Tinta guache. E vê no que dá. Sem desculpas! Sem essa de “não dá”! Have a go! 

Passei no mercado, comprei um bolinho, deixei na geladeira com um recadinho, aniversário do mané do meu primo que tá comigo nessa experiência de botar o pé na estrada. Ah, boatos que é dia do amigo! Saudade daqueles que estão longe, muito amor por aqueles que já são família e por aqueles que conheci nessa jornada. Alegria mesmo é o riso que vem e volta e a gargalhada compartilhada. 

Enquanto isso, ligações. Mensagens cheias de boas energias. Faz a gente andar dançando. Falar cantando. Trabalhar brincando. Hoje cheguei no restaurante e lembrei quando eu jogava aqueles games de restaurante no computador e me divertia. Por que não fazer ser tão legal quanto na tela? Brinca! Brinquei! Me diverti! A hora passou voando. No final do dia minha chefe me chamou de canto, “happy with your performance!”, “I’m happy to feel that I’m part of the time”. Sentir! Ainda que as bochechas alegres insistam em fechar meus olhos. Peguei meu salário e sai com sensação de dever cumprido. Sai sorrindo e vendo sorrisos. À caminho de casa, uma ligação! “Come here, mate!”. E fui! Noite do crepe com Brasil, França, Bélgica, Canadá, Coreia, México, Escócia. Ensinar português, aprender francês. Treinar tudo em inglês. Fazer gordice. Oh really! Why not? As piadas internas. A amizade de mãos dadas e cheias de hi5 personalizados. As desculpas? Não vi! Tá tarde, devem ter ido dormir! Se me procurarem, diga que sai e não tenho hora pra voltar. 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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