Trilha sonora: Body – Loud Luxury
Já passou por alguns momentos que você se sente como quem acabou de achar a última pecinha do quebra cabeça e fica simplesmente travado numa mistura de felicidade com dúvida? Do tipo, “caramba, agora tudo faz sentido”. E fica pensando em como não tinha encontrado este significado antes. E agora tudo se encaixa. Mas e agora? O que faço depois que encaixou? Ou então, quando as coisas ainda não estabelecidas como num estado de fade, tudo nublado vai começando a clarear mas ainda num tom duvidoso e você vai tentando escutar a intuição no meio da gritaria. Quase como tentar achar agulha no palheiro. Começa a inventar várias teorias da conspiração para entender as possibilidades. Isso talvez fizesse sentido. E sempre procurando o lugar certo para cada cantinho. E as coincidências vão aparecendo. E algumas delas já tão frisadas em nossas cabeças só foram ligadas porque forçamos o encaixe com nosso olhar viciado para o foco. Tem que fazer sentido. E em meio ao exército as peças sofrem até alterações. A gente molda. De novo. Vai que dá!
Mas e se de fato, for pra ser? E se eu estiver apenas com a visão aguçada e for isso mesmo? As vozes gritam. Mas aqui tá tudo muito barulhento. Acho que não faz tanto sentido assim. Vai pra onde? O que você disse mesmo? E aumento a música para tentar silenciar o lado de fora. Até que você perde o fim da meada. Perde a paciência com as pecinhas. Joga tudo pro alto. Aumenta ainda mais a música. E quer saber? Vai ficar sem sentido mesmo. A gente vai lidando a cada nova peça que surgir. E se não encaixar, não perco nem mais tempo. Sem desgaste. Nem resgate. A incerteza sempre fez do improviso a pecinha coringa.
