E venha a ser… Surpresa!

Trilha sonora: Hold On – SBTRKT ft. Sampha. 
Achou que eu ia ficar quieta? Eu não consigo! Eu tento! Me repreendo. Recuso tocar no assunto. Mas essa não sou eu! Eu sou grito. Explosão! Não sei brincar de passar despercebida, muito menos deixar passar batido! Quero a bateria inteira. E já monta o palco pro samba! Não falo de holofotes. Pode passar pela sombra, ainda que prefira a luz do sol! Falo de respiro. De cheiro. Toque. Sentidos! Nem conta! Pois eles recombinam. Bem mais de seis. Não sei vocês, mas quando disseram que tudo é relativo. Eu enfatizo, TUDO! E depende. De mim e de você! Eu quero! E já! Essa coisa de amanhã não me encanta mais! Não quero promessas! Amo palavras, elas soam tão bem ao pé do ouvido ou rabiscadas no cantinho da folhinha encaminhada. Mas é tão bom presenciar! Prova quando não precisa provar, só pra sentir o gosto no paladar e degusta, a mi me gusta! Gosto dessas combinações! Toca, arrepia. Escuta, responde! Experimenta, repete! Enxerga, assiste! Aproxima, olha com as mãos, sente com os olhos, desejar com a fala, repete com a feição. Sussurra a gargalhada. E se encanta quando a ação vira história quando antes era o verso e vice. Nunca gostei de bater na porta e sair correndo! Eu espero! Quero entrar, então ali fico! Mas tem que me entreter. De frente com a mesma cena, os sentidos viram contáveis. Me apresente a janela! Me deixe criar um jardim, uma flor amarela! Mas não me deixe por deixar! A porta fechada deixaria a curiosidade morrer aos poucos! E olha que essa é minha maior e pior virtude. Me afoga e me coloca pra cima em questão de segundos. Não sei porque estou explicando. Mas replico. Explícita. A verdade. É a supresa. E assim fico quando me faz correr pro perigo! Correr atrás não! Falo de riscos. Daqueles que te colocam uma viseira e tu passa a enxergar apenas o lado bom das coisas. E tira da reta os caminhos que comem teu tempo e não te entregam mais linhas para escrever. Eu tenho fome daquilo que me faz apelar pelo improviso. 
E nem sempre a surpresa é aquele prato cheio. Às vezes vem um copo meio vazio. Hoje no trabalho, tudo calmo, meu amigo chegou e pediu pra eu fechar o restaurante. “Tudo bem”, pensei, “sem problema, horinhas a mais, more dindin hahaha”. Enquanto trabalhávamos juntos, uma ou duas mesas apenas ali no restaurante. Foi ele ir embora, um furacão! Lotou! Ele ainda, que já tinha batido o cartão, me ajudou um pouco! Mas depois corri! Hahahaha. E como! Não esperávamos por essa! Da cozinha, pro dining room, depois pra pizzaria. Take away or eat here? “Take away, take away”, torcia. “Eat here”. “Sorria, sorria!”, ria por dentro com essa pegadinha do universo querendo testar resistência! Ufa, quase 1:30 am. Acabou! A pilha recarrega. Hahahaha. Fico acelerada. Corpo cansado. Cabeça a milhão! To correndo ainda. Chefe veio com coquetel. “Pra você! Hahaha.” Corri pro abraço! Sem torcer o braço! Ganhei carona pra casa e a recompensa do aconchego do cafofo! Entrei e o Bruninho, o cachorrinho daqui de casa, veio correndo! Ah, essas correrias da vida <3. 
Quanto ao improviso. Como amo! Entre tapas e beijos, nos entendemos! Nesse dois pra cá, dois pra lá, a música acabou e o movimento continua o mesmo! Nada contra costumes, nada contra rotinas! Mas meu dia não tem 24h pra ter passo coreografado! Quero subir no palco e fazer meu solo de olhos fechados pra quem assiste. Não importa! Não precisa ser solo, me acompanha? Preciso sentir que é real e tá acontecendo! Preciso gritar e transbordar porque já são mais de seis, não cabe mais aqui. Então, ali fico! Meu grito silencioso, às vezes ganha espaço entre meus cadernos. Ah se meu bloco de notas falasse. A gente dançaria até cair a noite e quando a música parasse, o grito ganharia ainda mais voz! Ah, as surpresas… Te colocam em prova de fogo! Corre, reage! Vinte segundos pros trinta, valendo, se vira! E você recorre! Por vezes, foge! Bate de peito! Se redescobre! Desenvolve uma habilidade nova. Aprende. Repreende. Socorre! Só corre! Não, só ore! Acredite! Improvise! E olha que coisa mais linda essa espontaneidade! E acontece!  O relógio não parou pra você repousar. Ouse! Use. O tempo. A seu favor. E então tudo flui. Natural. Sem tempo pra pensar! Faz o que tiver que ser e será. Você! Agora! E você repara. Tudo inconstante. Estou aqui, mas quero ir adiante. 
E as verdades voam. E pousam em outro lugar. Chega ser vulgar quando insistem por ela nua e crua. A verdade é só sua. Até o deadline estourar. Então cuida! Não precisa vesti-la. Deixe-a à vontade. E ainda que avoada, surpresas pedem casa. O aconchego lhes dão asas. Abre a porta pra mim?

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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