Trilha sonora: Cut Your Teeth – Kyla La Grange.
E de repente você está andando na corda bamba. Equilíbrio. Foco. Atenção. Prende o abdômen. Jogo de cintura. Não olha pra baixo. Levanta. É tanta coisa acumulada aqui dentro. Você fica pilhado. Cheio de vontades. De fugir. De gritar. De dançar. Escrever. Pular de paraquedas. Surfar. Matar a saudade. Bancar o bobo da corte e sair por aí fazendo graça. De graça. Rir sem motivo. Chorar de emoção. Quer fazer algo e não saber o que. Dai tu pega o primeiro tram que vem. Segue ao pé da letra aquele “só vai”. Acredite. Mais. Em. Você. Com pausas. Sem pausas. Deixe ir. Ainda que na corda bamba. Ainda que em cima do muro. O jeito é sentir 100%. Se não, nem entre pra jogo. Levanta e dá aquele mortal carpado triplo de costas emenda com malabarismos. E como os amigos gringos já aprenderam “que se f*** o resto” Hahahahahah. Tem que se libertar mesmo! Se permitir. É tão bizarro essa mania de desconfiar da nossa própria felicidade, esse pé atrás que temos em arriscar o que nos escancara o riso, tão bizarro quanto dizer bizarro. Falo por mim. Falo pra você também. O emocional grita. Tá explodindo. A razão tenta dar conta da bomba. Balança. Mas a gente levanta. Pula. Dança. Rebola. Mergulha. Sacode. Sai do muro. Pega a trilha. Segue o passo. Caminha. Desvenda. Conhece. Esperneia. Solta gargalhadas.
Isso me lembra duas músicas, Gargalhadas e Feliz Pra Cachorro de uma banda brasileira que eu amo, 5 à seco!
“Tão raro de se ver, param pra dizer
Para eu ser feliz para lá
Peraí, o que é que há?
Quero ver quem vai me impedir
De sorrir do Pari até o Pará”
Para eu ser feliz para lá
Peraí, o que é que há?
Quero ver quem vai me impedir
De sorrir do Pari até o Pará”
“Sorrir mais
Soltar gargalhadas
Deixar pra trás
O que te entristece
Tece teus ais
Rir mais
Soltar gargalhadas
Deixar pra trás
O que te entristece
Tece teus ais”
Soltar gargalhadas
Deixar pra trás
O que te entristece
Tece teus ais
Rir mais
Soltar gargalhadas
Deixar pra trás
O que te entristece
Tece teus ais”
Meus hinos!
Hoje acordei com meu primo me mandando uma música: Tragedy + Time – Rise Against. Eu lhe tinha dito que por vezes não acreditava estar aqui. E a música responde: “and sometimes you have to go back to know just where you have been”. Um passo para trás. Dois para frente. Um pra frente e você chega na Lua. Ao menos sai do lugar. A sensação não é apenas de estar reconhecendo de onde vim e nem onde vim parar. É maior. Tá mais para saber quem sou. Era disso que eu falava hoje com uma amiga enquanto pegávamos o trem errado com a intenção de ir pro Botanic Garden, acabamos conhecendo a biblioteca da Docklands, depois fomos pra Fitzroy Garden, Yarra Park, City of Melbourne Livrary, aproveitei pra fazer aquele cadastro muito conveniente agora que tenho que me preparar para as provas Ahhahaha. O assunto era autoconhecimento, autoconfiança, nossa construção de personalidade. A gente é como um quadro a ser pintado. Você primeiro estuda suas medidas. Suas intenções. Escolhe suas tintas. Seus pincéis. As cores. Suas técnicas. Usa o tempo a seu favor. Assim como a falta dele também. No fim, esse quadro não tem prazo pra ser finalizado. Na verdade ele está sempre mudando. Mais e mais tintas. Iguais às paredes grafitadas da Hosier Lane ali na Flindres St. Uma obra por cima da outra. Quando vê somos um amontoado de tintas que esbanjam uma combinação intrigante de cores. E por mais que alguns traços se assemelham a de outros. Somos diferentes. Hoje peguei o tram e ao olhar pra fora me senti como quem está olhando um aquário cheio de espécies diferentes. Aquelas feições. Os estilos. Os gestos. Os sotaques. As maneiras de se apresentar. Tudo diferente do que estou acostumada a observar.
Tema da aula: infância. Principal assunto fora da aula: lembranças. Tema do dia: nostalgia e gostinho de bolinho de cenoura, pipoca e guaraná na casa da vovó. Aquela energia boa que você sente até o cheiro e gosto. Não sei se eu que ando muito sensitiva. Mas essa coisa de energia… Anda tão forte que até transparece. “Hey sunshine, miss your energy”, e o sorrisão se abre de ponta a ponta. Estava tão pilhada que até para a academia eu fui. Quem me conhece sabe o que isso significa. Hahahahahaha. Mas pra provar que ainda sou a Badá, sai da academia e não resisti ao Tim Tam, e o declaro uma das sete maravilhas da Aus. Hahahahaha.
Ainda com tudo amontoado. A gente segue. Ao pé da letra. À letra do pé. Desce do muro. Pega a corda e pula. Vira criança. Em busca de história. Na mais pura inocência, feliz pra cachorro, rindo daqui até o Pará, deixa pra trás tudo o que tece teus ais, solta mais gargalhadas, segue o riso e ri ainda mais.























