Go First

Trilha sonora: Dreaming With A Broken Heart – John Mayer. 
Você começa com o “era uma vez”, mas não se contenta com um “felizes para sempre”. Porque a felicidade não deve começar no fim ou o fim vira começo? Então por que não trocar a ordem? E terminar com o “era uma vez”. Meio, fim e começo. Fim, começo e meio. E rebobina. Volta a fita. Acelera. Diminua o passo. Olhe para os lados antes de continuar. Aproveitar o caminho que nossos pés trilham. Esquecer as placas. Quebrar certas regras. Ir para onde ninguém mais vai! Por que não pode pisar? Por que não posso ultrapassar? Aprendi desde pequena, ainda em progresso de aprendizado, já que a altura não mudou muita coisa, continuo a buscar respostas. Um “não” não responde meus porquês! Um simples sim, não é suficiente pra me convencer. Gosto de conceitos e argumentos. Gosto de ficar sem ter como rebater e pensativa. Parar pra analisar e refletir, senta aqui, observa comigo! A gente se olha e a resposta aparece no mesmo momento em que nossos sorrisos se apresentam. O prazer é todo meu! Entende? Eu sei que sim! Mas me mostre! O que você tem aí dentro que ninguém mais sabe? O que você guarda pra ti? Não quero ser intrometida nem nada! Mas caso se sinta à vontade, estou à disposição! Estarei por aí, mas sempre dou meu jeitinho de chegar pertinho! 
Eu costumo escrever sozinha. Nunca dividi meus textos. Sempre falei sobre as pessoas, o que me inspira e o que sinto vontade de falar, mas na hora fica entalado na garganta e não sai, saio, pego a caneta e transbordo. Bateria recarregada. Já escrevi pra ele, pra ela, pra você também, falei de todos que me inspiram, é só prestar atenção nas entrelinhas. Enxerga? Acho que por isso não divido minha caneta. Mas se você quiser, eu divido contigo! A gente começa sem ordem entrelaçando nossas letras, até elas ficarem confortáveis o bastante para se encaixarem. Dai fica legível. A história ainda sem pé e cabeça, começa a ganhar corpo e desenvolve seus membros, cresce e já se acha grandinho o bastante para mandar no próprio nariz. Pega as coisas e vai embora de casa. Que orgulho! Parece que foi ontem que era apenas uma linha rabiscada. Eles crescem tão rápido. 
Só pra quebrar um pouco a lógica e ganhar um pouco de tempo para pensar no que vou escrever depois, sabe o tema de hoje na aula? Free time. O que a gente faz naquele break. Canta, dança, dorme, só come, academia, sai sem rumo, vai ver azul, sentir o verde, com esse tempo daqui, só anda tendo cinza… Mas a gente colore! Tenho tinta guache na mala e canetinhas no estojo! A gente fala sem falar. No comportamento ao modo de gesticular. Anda e tem todo um rebolar. Não entende e a sobrancelha logo está a arquear. Mania chata essa de querer rimar. Eu, como pode ver, tenho essa vontade de observar e registrar todo o sentimento do meu agora. É um jeito de me concentrar 100% no que me cerca! Intensificar tudo o que tem em mim, os pensamentos e o sentir. Sente? Aumente até poder tocar. O impulso já mora no pulsar. E a gente segue por onde quer que vá. A curiosidade vem junto. Até quando a sombra deixa de acompanhar. Ela vem como quem não quer perder um só capítulo daquela série favorita. Um único detalhe do que o outro tem pra falar. Então me fale, o que você faz no seu tempo livre? Você é livre? Ou prende o tempo! Tipo comida
, não dá pra se desperdiçar! Tanta gente faminta com o relógio a disparar! Tá na hora, corre! Só mais cinco minutinhos! Você primeiro! Pode ir! Atravessa! Semáforo verd… Vermelho! Uh, por um minuto tu perdeu o trem! Experiência própria falando! 
Telefone tá tocando, segure a caneta aqui rapidinho, por favor! Pode deixar a imaginação tomar conta! Quero ver o que ela tem pra falar! Só lembre-se que quando você está escrevendo em inglês, a linha termina e não cabe a palavra, você não pode cortá-la, comece na linha de baixo! Isso! Engraçado como as línguas e nossa cultura interferem no nosso jeito de ser e pensar. Fale se não é verdade! Além da fala, tá em tudo! Aqui a gente tem que se planejar pra ver se a palavra vai caber antes. Se prepara! Sem essa de chegar atrasado! Em português, tu vai seguindo até onde dá, e quando não cabe, separa e dá um jeitinho de encaixar! Vai que cabe mais um! Improvisa! Se vira nos 30! Paga pra ver! Mas se joga! Se não der, dará! Mantenha a força e persista até os pés pedirem pra parar e quando pedir, tira os sapatos e continue a sambar! Oh, e como samba! 
Mais uma coisa que intriga! Os sons! O mesmo com significados diferentes em diferentes línguas. Mais uma pra listinha! Ao falar sobre um discurso da presidente (não farei comentários sobre a querida porque não convém 🙂 ), em que a moça fala sobre mandioca e “mulher sapiens”, fiquei boba com o meu amigo Welcome repetindo “mandioca” sem sotaque nenhum, parecia um legítimo brasileiro. Melhor que a mocinha do Listening feito em aula que dizia ser paulista com um sotaque que não tem nada a ver com o meu! Hahahaha. Melhor ainda foram os outros tentando repetir também, uns com sotaque e outros com a certeza de estar falando outra língua, menos português. Sim, mandioca em coreano significa “go first”, “você, primeiro”, com uma gentileza de dar espaço para alguém… Nesse jogo de significados, pronúncias, “””coincidências””” e sotaques, as risadas e familiaridade, apesar da cultura e línguas diversas, somos um só, diferentemente similares.
Fui hoje num evento muito legal chamado Mundolingo! Chegando lá, você coloca uma bandeirinha do teu país em ti mais a bandeira do lugar que você tem interesse. Então as pessoas sem preconceitos e vergonhas começam a se falar. Arriscam uma língua que não é tua, aprendem umas palavras novas e coisas que antes tu não sabia. Falei com australiano que aprendeu português, falei com francês que já foi pra São Paulo e me recomendou um bar na Vila Madalena, olha o nível! Hahahaha. Aprendi um pouco de francês, ensinei português. Conversei com uma menina de 21 anos que está fazendo uma volta pelo mundo sem intenção de parar e já está com tudo planejado e cheia de alegria e força de vontade. Inspira. Fiz amizade con las chicas colombianas. Conheci gente da França, Moçambique, Escócia e países que eu nem sabia que existiam. Gente curiosa e que não para. Se abraça e carrega o mundo junto a ti. 
Ainda escutei um “eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor” do amigo Welcome, versão paulista e carioca! Hahahahahaha. Amorrrrr! É isso que estou sentindo no meu cem por cento. Essa é a intensidade e a concentração do meu era uma vez. Ou seria o meu felizes para sempre? Go first? Vamos juntos! Pelos meios, começos e finais, e começa tudo de novo! 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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