I Did It

Trilha sonora: Banana Pancake – Jack Johnson. 
Acorda cedo. Levanta tarde. Vixe, versa. Versa. Visse? Vice? Foi-se? Fod… Hehe. Bom dia. Rotina. Você que nunca foi bem vinda! Entre, se esparrame! Aprendi te odiando a te admirar! Mas, vá com calma! Nem sempre! Digo, vá sem descrição! Sem medo, ou cheio dele! Sem essa de ser quadrada mirando sempre no encaixe. Pare! Se mexa! Confusa, faça bagunça! Se arrume! Deixe por explicar. Seja furacão! E maresia no olhar! Hoje acordei cedo! Pois é, quem diria!? Sete horas da manhã o flatmate bate na porta, “come onnnnn, girls!”. Fala sério, essa caminha tá tãaaao boa! Me revirei e o deixei falando! “Lets go! No excuses, you asked me to wake you up, remember?”. Queria voltar no tempo e não ter apostado com ele que entraríamos nesse ritmo australiano geração saúde como religião! Mas ele já me puxando pelos pés me tirando da cama, venceu! Levantei! AGORA CORRE PORQUE TO DE PÉ! Fomos os três. Digo, quatro! A paulista, o indiano, a carioca e o cachorrinho mais arteiro dessa Ozzy land. Andei quieta! SETE DA MANHÃ! Mas, foi chegar na praia, já tirei o agasalho! Dia tava tão bonito que quando vi já tínhamos caminhado mais que o combinado! Nem frio nem muito quente. Aquele bafo que aquece e se mistura com brisa boa! E o barulho das ondas fraquinhas de St Kilda foram minha trilha escolhida. A conversa caminhando e tirando o silêncio do ar. Rir logo cedo é melhor que meu despertador no modo soneca. Eu que sempre pedi por mais cinco minutinhos esquecia que ao mesmo tempo, andando eu tocava os pés na areia e acordaria já de olhos abertos! Confuso, tá cedo ainda! Dá um desconto! E desconta! Conta outra! Chega mais e apronta! Parece tonta, mas quem não fica morando perto de tamanha fonte. Minha ponte. Ah, esse horizonte. Orienta! Chega mais pra perto e se apresenta! Garoa veio pra roda! E nos pega no improviso! Correr? Fugir? Se esconder? Minha vovó diria: “quem entra na chuva…”. Tá, você conhece essa! Esses discursos montados. As rezas prontas. O caminho decorado. As rotinas no automático. Fugi! Fui atrás da espontaneidade que grita e pede socorro! Prenderam ela no trânsito! Supresa, semáforo vermelho! Quero verde. Azul. Amarelo alaranjado. Mas essa praia… Rotinas. Talvez não seja de tão mal gosto! Não se trocar o lado do disco e recombinar! 
Caraca, papo tá bom! Mas olha a hora! Corre! Sem fugir! Pula e vai pro abraço! Academia. Eu e minha amiga! É a rotina! Que faz se sentir bem! Nada de conforto! Só tem zona! E de virginiana, todos os ascendentes, mas os padrões todos desfeitos, bem feito pra quem acha que tudo é perfeito e segue o pé da letra. Falo tanto que por vezes falo sozinha, nas escritas, entrelinhas dançando pro espelho que me mira e reflete. Vendo de fora fica mais fácil interpretar. E sinto ao quadrado de cabeça aberta em pulo de paraquedas. Letra cursiva, de forma, misturada, já tive todas e ainda muda! Minha assinatura? Hahahaha mutante! E voltei conversando com a carioca. “Não sou assim, não consigo!”, ela insistia! E eu a questionava, modéstia parte minha especialidade, “agora, ontem ou amanhã?”. Por que a gente precisa classificar? Repreender? Descrever? Se auto afirmar? Porque essa mania de se explicar e replicar? Ah, verdade! Por que tantos pontos finais? Larguei a gramática e todas as pontuações. Criei com todos os pontos uma enorme constelação como aquelas que se espalham pelo corpo. Mesma matéria. Cada qual em sua escolha. Mas não se encolha. Deixe vibrar a energia que guarda em teu brilho e deixe ser agora quem é. A maior verdade está em ser fiel com quem és já e não com quem afirma seres! Ah, humanos! Porque somos! Agora! Nos detalhes! Nos atos! No pulo e no grito! As escolhas! Entre tantos olhares! E fazendo o script escrevendo e seguindo ao mesmo tempo o que tiver que ser e foi sendo. Bagunça! Rotina! E toda a falta dela! 
Depois de banho de chuva, seguido de um treino que aliviada contraditoriamente e faz seguir leve. Hora de fazer ser. E fiz. Planos? Não agora! É fechar os olhos e deixar ser! Como onda! Anda! Vá ser manhã! Tão cedo que acorda os outros com o brilho que leva no olhar. E inspira! E transpira essa energia que faz da vida aquilo que queríamos ser. E somos! Chegar em casa e esquecer a chave. Ir pra City buscar no trabalho do Flatmate a chave dele emprestada. Fome apertando. Que sede! Esqueci a garrafinha na academia. A da amiga? Na agência de viagem! Que beleza! Hahahaha. E a gente ria! E ia! Chegamos! Voltamos! Tram com problema! É hoje! E se realmente é, faremos ser! E foi! Almoço digno! Entre coincidências, como alguns preferem chamar. A conversa que faz a fome ficar pra lá no canto. E a vontade de falar não passa. Aumenta. Vira bola de neve e o assunto ganha vida! Se reproduz. Faz show. Mil malabarismos. Respira. Faz uma pausa só pra pegar mais impulso. E salta. Entre as cambalhotas. As trocas de histórias. As experiências compartilhadas. E a reciprocidade sintonizada. Tão bom esse encontro das paralelas. Mira a isca e pesca. De olhos vendados porque acredita. Que lá na frente ainda tem mar! E ama! Essa arte de viver a vida escolhida com o sorriso no rosto e a trilha sonora selecionada a dedo! 
I did it! Done! Agora é ir! Uma vez uma amiga me interrompeu quando eu dizia estar planejando minha viagem e disse “never plan too much. Plans always change.” E aquilo ficou ecoando na minha cabeça! Conseguiu me silenciar. Olha que eu falo demais! E não é difícil eu me empolgar! Dá pra reparar, não é? Justo! 
Carioca se mudou! E me deixou com o discurso da nossa conversa matutina na cabeça. E que café da manhã. Foi um prato cheio. Autoconhecimento. E a repentina conclusão de que somos instantes e tão mutantes que sofremos alterações como aquelas campanhas que voltam para a agência depois de mil vezes depois de várias opiniões rebatidas pelo cliente. E vamos nos adaptando ao ciclo, o meio e tudo que faz os arredores, membros da nossa história. A que escrevemos e a que seguimos o roteiro. Aliás, em qual acredita e se estica? Preciso de mais linhas! Me atende? E troca o disco! Até o próximo capítulo, a história continua e já é outra, mesmo quando falam que não perdeu nada e que nada diferente aconteceu! Precisam de lentes! Repare! Sempre acontece tudo, inclusive o nada! E ainda que nesse mar morto, a água parada traz vida! Entende? Estenda sua canga e sente aqui perto e tentarei fazer sentir! 
Fui andar com o flatmate e o nosso beagle companheiro no Albert Park! E voltando pra casa aquele sol enorme de encontro ao mar. Assumo, certas rotinas me encantam! Me apressei pra encontrar a carioca na nossa despedida como flatmates numa festa perto de casa. Ela bate na porta! “Ah, não quero mais ir não!”, “uhu, nem eu”. Esquece o plano, pula pro Z! Ficamos estendendo foi o papo, o prato cheio do café que rendeu até pra janta! E se estica e joga na cama! As risadas e desabafos, o companheirismo, medos, alegrias! E faz festa brincando de confundir os planos e rotinas. Trocando as roupas e recombinando o almoço com a janta. O nascer com o pôr do sol… E anima. Faz rima! E como ímã, ama cada detalhe confundido entre as explicações bagunçadas. Ai bom dia, somos avessos! Boa noite! Versa. Vice. E verso! 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Cartas