“Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida”
Um texto lindo de café da manhã! Palavras torcidas e agitadas para caber certinho dentro do peito. O bom dia preguiçoso que acorda de bom humor. Os cinco minutinhos que insistem em virar dez. O frio com um bom lugar pra ler um livro e o pensamento lá em você, salve Djavan!
A luz do sol insiste que é dia, você concorda e põe a bota. Entre chegadas e partidas, de trem a tram, as despedidas que duram horas e aquelas que duram sei lá quantos dias, mas dura? A gente não sabe! Mais cinco minutinhos! Não gosto de partidas! Hospitais e aeroportos já presenciaram mais preces do que igrejas! Vá com Deus! Vem e fica! Abraço apertado! Saudade controlada! Ou desatada! Qual o sentido da palavra? O mundo está divido entre os que muito sentem e os que sentem muito! É tudo sobre felicidade! Entre os que a escolhem como destino ou como trilha sonora da viagem!
Minhas músicas favoritas são certas vozes, barulho da chuva, do mar e da respiração.
As vozes com seus sotaques, tem gente que fala cantando, tem gente que dança quando fala…
A chuva refresca, e confesso que se pudesse dormiria com esse barulhinho a noite toda, toda noite.
O mar que mostra que tudo vai e vem, e que nossos problemas são pequenos perto do horizonte… A respiração que grita e confirma, “oi, tô viva!”! Quando entra em sintonia… Música para os ouvidos não, para alma!
Mesmo na pressa, na neura, no medo e ansiedade que faz roer as unhas, mesmo quando a voz é escrita e os sons são coisas da tua cabeça… Já reparou que na maioria das vezes que você lê uma mensagem de alguém que conhece, normalmente você consegue escutar a voz dela como se a própria estivesse lendo?Ah, as palavras…
Parece que não estou falando nada com nada! Mas é só um efeito que Melbourne causa… Te deixa assim! Sem palavras e cheio delas. Sem fôlego, mas cheio de vida! Tem hora que sinto que estou sonhando, mas eu juro que mesmo depois dos 5 minutinhos, já estou acordada!
E desde pequena eu aprendi que se eu fosse atrás das coisas que me empolgam e me encantam, essas iriam me recompensar com algo mais importante, como a felicidade. Eu estava errada! A verdade é que entre as chegadas e partidas, o bom dia e o boa noite, você ganha mais uma vida noite e dia!
A gente indo atrás disso que faz brilhar os olhos, mesmo quando chega pra ficar, vai pra nunca mais, vem e quer voltar, vem e quer ficar, a gente vive tão intensamente que estamos sempre a sorrir e a chorar.
