Trilha sonora: Grave Digger – Matt Maeson
Você mergulha tão fundo, tão fundo que por um momento fica sem ar. Mas vale a pena ver as cores dos corais lá embaixo. E você aguenta firme. Chega a fazer parte daquilo. Tomado pelas cores. Já roxo. Pulmão pede socorro. O desespero apressa. As pernas e braços começam a se debater rapidamente. Numa tentativa de subir. Preciso de ar.
Ah! E engole o ar todo de uma vez. A respiração entrecortada. O alívio vem chegando sem pressa. Abre a porta e se esparrama. O desespero se despede. O pulmão se enche rápido. E o ritmo vai se estabilizando aos poucos.
Já morri diversas vezes. De rir. De chorar. De susto. De desespero. De encanto. Admirada. De amor. Sou paixão.
Dizem vozes por aí que sou fácil de agradar. Que me apaixono fácil. Que me perco por estar distraída demais. É que me encontro nos momentos. Me acho nos detalhes. Eu amo os sons. Os rabiscos. E intenções. Adoro ouvir histórias. Mas estar nelas e fazer a minha própria é meu hobby predileto. E sim. As vozes estavam mesmo certas. Eu morro de amores por aí. Eu gosto de me deixar aos poucos e aos tantos. O recíproco é a simplicidade e dela faço casa. Levo tanto. Aprendo no silêncio. Observo cada canto. E de novo, me encanto. Canto. Grito. Mergulho nesse agora cheio de cor. E me encho de coragem, de mundo, de mim!
Me dou por inteira. Pra me sentir como tal! Completa. Perplexa com a maravilhosíssima que se ganha na entrega. Me remeto. Sem medo. Me meto em cada uma. E digo, é tudo experiência. Repertório. História pra contar. Contadora delas sou. As escrevo. As canto. Por elas morro e renasço. Todos os dias.
Mergulhar. Acreditar. Viver é mesmo um absurdo!
