Me empresta seus óculos?



Trilha sonora: Make You Mine – Public
Oi, me empresta seus óculos?
Desculpa o pedido aleatório e fora de contexto. Mas eu preciso saber. 
A velocidade e altura. Texturas e cores. Sabores e ritmos. 
Olha, não vou me desculpar novamente, sei que é algo individual e um tanto particular, mas deixa eu ver se me explico. É como se eu fosse um círculo. E você outro. Cada um fosse um. Esse círculo é meu mundo. E nós temos uma intersecção. Mas é um turbilhão. Milhares de círculos ao redor. Uns passam pelos outros. Mas todos com diâmetros e detalhes tão singulares. Uns tentam se encaixar. Outros se sobrepõem. Outros nunca nem vão se encontrar. E num movimento circular, tudo muda. Se atualiza, evoluiu. É uma constante (des)construção. E como numa tela cada vez mais desenhada, e cada traço, uma história. 
E a gente não para. Esse é o nosso circuito. Com umas tradições e quebras de paradigmas. Nossa carcaça ganha forma com o que escolhemos dia a dia. Com a reação que temos ao que enfrentamos, ou simplesmente como aprendemos que deveríamos seguir, o que temos como certo e o que desde pequenos nos foi apresentado e nos caracterizado como bom ou ruim. Não é somente um círculo. É algo bem mais complexo. Mas o círculo é como nos veem. 
Mas o que você vê? E do que você vê, o que você enxerga? Quero entender… 
Olha, tudo tem um significado. 
Engraçado, estive falando sobre isso com um amigo. O quão lindo é saber essa imensidão que somos e poder mergulhar no outro. Mesmo sem saber se vai dar pé. 
A gente aprende a nadar. Nessas já também me afoguei. Já tive medo de tentar de novo. Mas é sempre uma surpresa e pulo de cabeça. 
A gente aprende a lidar com o mundo do outro. Ou escolhe não compreender. Tem nado que nós exige muita energia. E requer treino. 
Saber que ali tem lutas, sonhos, fracassos, medos, vulnerabilidade, amores, saudades…
E que volta e meia, tudo muda. É também saber que certos pontos estão tão enraizados em nós que vira parte. Faz parte. Mas nunca parte. É arte!
Muda. Desnuda. Crua. 
É tanto que cala. É tanto que grita. É tanto que inspira. É tanto que faz o peito vibrar. Chacoalha. Nó na garganta. E desmancha. Chora. Porque é tão surreal que emociona. Arrepia. Cara, tá acontecendo. E a gente tá aqui. Nessa troca. Eterna. Enquanto for. 
Nós vamos! Por aí. 
Mas sempre. Em movimento. 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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