“Somos parte do que nos lembramos. Guardamos em nós as esperanças e os medos daqueles que nos amam. Contanto que exista amor e lembrança, não existe perda de fato.” – Instrumentos Mortais – Cidade do Fogo Celestial.
Me deparei com esse textinho enviado por Whats pelo meu primo esses dias… Eu não posso falar muito de lembranças, minha memória nem sempre colabora, mas quanto ao todo, eu sei falar sobre. E não, não existe perda. Perda emocional, perda de tempo, mais uma vez eu acho que é o jeito que a gente interpreta que enche o tal copo “meio cheio ou meio vazio”.
É engraçado e assustador também pensar que a um mês atrás eu estaria com o coração na boca, ansiosa, com medos, e um pouco insegura do que estaria por vir nos meses seguintes. Para uma virginiana cheia de manias e que normalmente tinha na cabeça planos para seguir durante o ano, um leque de opções abertas e aleatórias só com um destino (desconhecido) confirmado, era um baita desafio. E está sendo! Challenge accepted. Why not?
Um mês. Sempre sonhei em fazer esse intercâmbio e foi difícil explicar o porquê eu tanto queria isso. “Termina a facu primeiro”, “mas tu tem que ir agora?”, eu tinha!
1o) Não deixa para o amanhã o que se pode fazer hoje.
2o) Não espere motivos para dizer “agora não dá”
3o) Pare de criar motivos para dizer “agora não dá”, por vezes isso se chama medo! E para fazer essas coisas, não basta vontade! Tem que ter coragem também!
4o) De 0 a 10, o quanto você quer isso? Pensou demais? Se não, nem pensa! Vai! Vai com ou sem medo!
Fiquei nostálgica ainda antes de chegar o grande dia. Como eu disse, eu me apego fácil e nunca fiquei tão longe assim dos meus amigos e família. Sempre dou meu jeitinho de estar por perto de todos. Manteiga que sou, eu chorei, deixei cartinha pros meus pais, me emocionei com os recadinhos e torcida dos meus amigos com direito até a festinha surpresa. Me senti amada! E isso me deu uma força inexplicável. No grande dia, eu não chorei! Tava indo atrás de um sonho que quem me conhece a anos já estava até cansado de me ouvir falar sobre. Tomei a coragem que eu sempre escrevia, mas ainda temia. E quando pisei no aeroporto de Melborne, uma música que eu vinha tocando com uns amigos começou a passar pela minha cabeça, “suddenly I see what the hell this means so much to me”.
As respostas estão vindo com o tempo. A saudade acompanha a toda hora. O medo bate na porta de vez em quando, mas não é bem vindo. A insegurança está sendo domada. As boas novas me encantam. Melbourne me apaixona. O objetivo de conhecer uma nova língua, sair da zona de conforto, me autoconhecer e colecionar novas experiências está sendo alcançado. O desafia ainda está em andamento.
Eu poderia dizer que já passou um mês, mas daria ideia que o perdi, passou batido. E não! Não passou! Eu ganhei um mês! Um mês que me encheu de amor e de lembranças, ainda que a memória não ajude…
A um mês atrás eu dava tchau pro Brasil e corria pro abraço do mundo.
O reencontro mais esperado de anos <3 não podia ser melhor recepcionada!












