Minha Fome

Trilha sonora: Every Other Freckle – Alt J. 
Olhei pela janela, o dia cinza estava em mais de cinquenta tons. Ainda pra confirmar fui olhar a previsão no celular, mínima de dez. Me agasalhei. Ainda antes de sair do prédio, olhei pra fora, o cinza desapareceu, deu lugar ao sol. Não acredito. Mas foi só colocar um pé pra fora que meu cabelo foi bagunçado por completo. Um vento tão forte que ele passa mexendo com todo mundo e passa fazendo barulho. Dez graus sim, claro! Opa! Eu diria que tava 6 graus ou menos, numa boa. 
Passei o dia inteiro na escola fazendo prova e era só o silêncio e o vento ali marcando presença. 
A semana promete mais prova e mais frio. Numa parte da aula, o professor começou a mostrar como funciona a parte do Speaking pelos padrões de Cambridge. “Não adianta saber falar, tem que interagir, é o que mais conta nessa parte da prova”. Comunicação e interação. Uma peça que não existe sem a outra. Existe? Levando em conta todos os tipos de comunicação, todos os tipos de fala. Sabe aqueles monges que fazem voto de silêncio? Ainda vou tentar ficar ao menos meio dia me concentrando nesse exercício. Me dá agonia pensar nisso. Hahahaha. Eu não sei se conseguiria, quem consegue? Os monges não contam! Um dia quem sabe, mas não seria fácil, isso é certeza! ahhaha. 
Tem umas coisas que nos deixam em silêncio, aquele aparente enquanto sua mente está borbulhando. A gente fica pensativo. Eu estava jantando, minha flatmate veio e começou a puxar assunto. Disse que está voltando pra Nova Caledônia, por não ter encontrado emprego. De fato, tá bem concorrido achar um por aqui. Mas fiquei chateada com a notícia. Gosto desse casal. Ela começou a me contar a história dela. A francesa já morou na África, Nova Caledônia e estava viajando por vários países com o namorado. Ela puxou o notebook dela e começou a me mostrar no mapa os lugares que ela já passou, me contando um pouco de cada canto. Deixei meu prato de lado, já estava até frio, a conversa estava bem mais interessante e é disso que tenho fome. Começou a me contar sobre umas ilhas místicas que ela tem vontade de conhecer e o porquê, até que citou um documentário que assistirei assim que der, o nome é The Revelation of the Pyramids, discute os segredos por trás dessas sociedades tão misteriosas que eram à frente de seu próprio tempo. Me mostrou ainda um pouco do país dela e as praias de lá, os mitos sobre o lugar e agora se falarem de Nova Caledônia eu já sei um pouco sobre Hahahahah. Ainda aprendo a falar francês, um dos sotaques mais bonitinhos que já escutei hahaha. 
Depois voltei pro meu chazinho (melhor amigo nesses dias frios), e acabei por lembrar de uma frase que vi hoje cedo. “There isn’t a person you wouldn’t love if you could read their story”. Assim como a luz do sol me fez pensar que o frio lá fora não era tanto e o vento mostrou a verdadeira face do dia. As impressões de novo…

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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