Olha, eu preciso confessar uma coisa.
Eu errei. Errei mesmo. Achei que tava indo direto aos meus pés. Quase que de encontro com o chão. Tipo aqueles tropeços que te deixam envergonhada em público. E você ainda tentando se recompor, fica toda desengonçada. E cabisbaixa. Rapaz, eu tava era numa verdadeira montanha russa. É o ápice. E bem lá em cima. Vendo tudo e com aquele frio na barriga que energiza até os fios de cabelo. Caralho, arrepia! Eu sei que uma hora isso vai pegar ainda mais impulso. E sem cortá-los aos pontos. Eu vibro. Por mais disso. E o grito sai de dentro. Transborda. E me jogo, de olhos bem abertos. Ah, mas eu não me arrisco a desperdiçar nem um pouco desse momento. O vento na cara. O coração acelera. O suspiro entrecortado. A ânsia por mais. É fome. De vida. Nas idas e vindas. Como onda. Aquele vai e vem dos encontros e desencontros. É sintonia. Tudo tem sua hora certa. Tá cronometrado. Juro, acredita. Deixa que a força do momento faz acontecer. É só saber aproveitar a rodada e a subida. Pega velocidade. E te faz até esquecer sua própria idade. O tempo é tão nosso. Já diria o mestre Russo. A vida é saber aproveitar esse montanha. Russa. Louca. Excitante. É sentir tesão pela vida! Ser apaixonada pelo agora. E fazer de todo instante, a própria hora. Minha. Agora com licença. Eu estou no melhor momento da minha vida. E ela me chama. E eu não perco essa ligação. Cósmica. Entrelinhas. Sobrepontos. Interurbana. Alô!
Preciso te confessar uma coisa, viver é foda!
