Ressignificar





Trilha sonora: Happier – Marshmello




Tem dia que é sopro. Tem gente que é sexta-feira. Tem palavra que ancora. Tem saudade que esmaga. Beleza que estremece. Cafuné que arrepia. Sentimento que paralisa. Sabe?! Eu estive pensando aqui nos adjetivos pra certas coisas. Porque palavras às vezes não bastam. Exigem contexto. Respeito. Mais luz. Câmera. Ação. Por exemplo, estrogonofe. Eu amo estrogonofe. É um ótimo adjetivo. Agora se o dia estiver meio paçoca. Blergh! Eu passo! Ontem no caso foi um dia um tanto quanto areia. Foi se pelos dedos. E a gente reinventa. Cria novos sentidos. Significados. Ressignifica. Já percebeu como nos sentimos perante certos nomes? Eu adoro o nome Alice, mas quando vejo um Antônio, já torço o nariz. Nada contra vocês, Antônios. Mas lembro de um que conheci que ressignificou o nome de vocês! Mas depois que conheci outro, já mudou o plano de novo. É tudo tão inconstante para ser sempre a mesma coisa. E a gente ressurge com um novo porquê. Um novo parágrafo. Novas acentuações. Percepções. Intuições. Acentua. Age. Já falei que amo sotaques? Uns mais que outros. Soam aquelas músicas que viciam e coloco no replay, tipo Tadow do FKJ. Ouvi por dias. E ainda não enjoei. Toca sempre na playlist já batida. Quase morango com Nutella. Acho que deu fome. Errata: tipo pulo de paraquedas. Dá aquele friozinho bom na barriga. Se você não o sente mais, é hora de pular. Encoraja. Motiva. Empolga. Faz suar frio. Sente o pulsar na boca. Ah que delícia! Corre. Contra o tempo. Puxe as rédeas. Teu caminho. Precisa ter brilho. Então não espera a escuridão da noite chegar para acender a sua própria luz. Ilumina a cidade inteira. Sem medo de apagões. Aqui são fogos de artifícios de mil em um milhão. Quase ano novo. Onde todo mundo vibra e celebra a alegria um do outro. Quero disso todo dia. Tipo arroz com feijão. Como sua ligação. Sempre aguardo pra ouvir tua voz. Alô? E vira música. Mais uma pro repertório. Esse disco já está até riscado. Gosto desses momentos tipo vitrola, câmera polaroid, geladinho, aliás como você chama isso? Eu chamo de inocência. Disso eu já tive ciência. Desde física a biologia. Minha matéria favorita. Eu queria ser engenheira genética, quase virei dentista, hoje sou publicitária que trabalha em marketing, dançarina sempre que começa uma nova melodia e poeta quando os pés já cansados passam a função de tornar dança os movimentos às mãos. E rabisco. Umas palavras à toa. Bem avoadas. Que tomam rumo. Amo aeroportos. Quando as palavras pousam e se concretizam. E aqueles encontros espontâneos. Tipo predestinados. Mas confesso que parte de mim diz que nada é por acaso. Nem mesmo nossas ressignificações. Tipo dicionário metamórfico. Eu giro. Translação. A melhor conversão. Entre dizer o sim. Ou não. Eu te deixo a minha versão. Vem cá, me dê a mão. De A a Z, falamos de antemão. Tem dia que é, amanhã já não. E a gente se adapta e reescreve a estrofe. Apaga. Recomeça. Ponto. Vírgula. Travessão. Travessia. Sabe?! Eu estava aqui pensando em… Ah, eu só queria te ressignificar, posso? É que tu é tão feriado na praia deserta em dia de sol com água de coco a vontade. Mas viu… Quer mais estrogonofe? 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

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