RG

Trilha sonora: Younger – Seinabo. 

Desculpa a pergunta, mas quantos anos você tem? Não falo daquela que teu RG aponta. Nem mesmo a da tua aparência. A não ser que considere teu estilo de vida. Quando a gente é jovem não temos muito a perder. Então a gente não tem porquê, só “por que não?”. Quando fechamos os olhos e pulamos. Fazemos as coisas mais improváveis, porque não tinha outra coisa a fazer. E se… E se não? Coloca na balança. Sacode. Se enche de uma coragem antes desconhecida. Quando a vontade supera. O medo se ofusca, foge assustado, com receio de ser banido. Hasta la vista, baby! Põe o pé na estrada sem intenções e volta com histórias que seram ou não contadas aos futuros filhos. Ou não. Hahahahahah. Ser jovem é não temer e remar sem rumo ao próprio rumo. Assim contraditório mesmo. Mas além de tudo. É enxergar vida onde ninguém mais vê. Achar diferentes tons onde todos só enxergam preto e branco. É ainda buscar soluções e problemáticas. É se questionar e não se contentar com “porque sim”. Por que não?


Quando a gente não se limita, e sempre acha uma brecha para criar oportunidades, quando procuramos por caminhos não descobertos. Usar a imaginação sem medo das críticas. Nos permitimos o risco. Não buscamos agradar. E nem olhares de compreensão. Se basta! Nos permitimos a expressão. Somos. 
Arte. Em constante movimento nos instantes ainda que distantes dos segundos. 

A aula de hoje me inspirou. O tema? The World Old Art. Me lembrei das minhas aulas de História da Arte da faculdade. A aula rolando e eu quietinha só anotando tudo aquilo que me intrigava. Escrever tem um pouco disso. Você vira escravo. Não no sentido ruim da palavra, sim eu me refiro a um outro lado, aquela que a gente chama de dependência. Mas quem escreve sabe da escravidão das ideias. Liberdade do pensar. Escrever agora ou deixar a ideia voar. Dai tu prende e ela multiplica sua força. Ganha leveza e maioridade. Sai de casa. Vira do mundo. Essa coisa de autoria é um papo engraçado. Mas, não vamos falar disso agora. 

Uma das questões que me desconcentrou foi a dúvida sobre toda arte ter um significado religioso, ainda que essa religião seja sobre nossas crenças e o que acreditamos ser nossa verdade, ainda que momentânea. Com os anos que meu RG me diz ter, colecionei opiniões que hoje me fazem crer ser a explosão de tudo que já não cabe mais em nós e a explicação daquilo que por vezes não tem explicação. 
Se expressar. Olhar outside the window. Dar o troco em poesia. 

Meu novo RG tem outro significado: Radiate Gladly. A gente se expressa quando já não cabe mais aqui dentro todo aquele sentimento e explode. Não é suficiente manter só pra nós. Seria egoísmo até. Dai tu para, vê Picasso, Monet, Tarsila, Da Vinci, faz toda aquela retrospectiva passa pelos seus doodles (precisamos inventar uma palavra pra escritas rabsiscadas sem pensar também hahahah), chega em Bansky e a lista continua. A gente muda, mas nem tanto. Antigamente eram desenhos nas cavernas. Hoje são grafites nas ruas. 
Sentir. Ser sensitivo. Tu olha um monte de rabiscos e imagina o que passava com quem o fez no momento. E nem sempre tem um significado. Desenhar sem sentido. Intrigar a procura de significados. No fim cada um cria um e o enxerga. Assim nascem vários de um nada. A arte em si provoca. Ainda que abstrata. Ainda que como um nada. Tem poder de virar tudo só com um olhar diferente. Questão de interpretar, “open your eyes and see the way our horizon met”. <3
E a gente se conecta com tudo a nossa volta, e não falo de Wi-Fi. Presta atenção. To falando disso que nós liga. Dessa coisa mais humana. 

Entre planos. Elogios. Incentivos. Amores. Sintonias. Cafés. Histórias. Riscos. Coragem. Desce mais uma. Pinta o 7. Rabisca mais um pouco. Pegue as tintas e dança. 
Esqueça o RG! Faça duvidarem. Duvide. Questione. Bagunce. Descabele. Seja as luzes. A boa vibração. Os sorrisos. As gargalhadas que espalham. Faça do agora a hora. E suas atitudes cada vez mais vivas. Mais alegres. Mais você. Plante experiências. Descobertas. Colecione momentos. Deixe saudades. Sinta. Até você pegar o teu próprio RG e nem acreditar na idade que ele te mostra ter. Tá errado. Agora sim está mais que certo! 

Por Amanda badrie

Profissional de marketing e comunicação, movida por transformar ideias em movimento e conexões reais. Criadora do C+, Na Dosagem Mais Coragem, para ser um espaço para quem acredita que viver é um ato de coragem.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Cartas