Trilha sonora: Never Fade – Jack Johnson.
Sabe uma coisa que eu admiro? A admiração! Aquela de tirar o chapéu, que deixa sem palavras e o queixo cai. Os olhos se arregalam e depois derretem de tanto brilho acumulado. Sabe outra coisa que admiro? O comprometimento. Aquele que vem sem cobranças, mas nasce de vontades e amores. Do tipo que te faz sair da cama pra pegar uma boa onda, ou ainda te faz chegar cedo para não deixar o outro esperando. Aquele comprometimento que junta as mãos e sai pra andar num fim da tarde, que te coloca pra tocar o violão ou dar um mergulho pra relaxar. Um que te deixa mais perto do teu eu interior. E exterioriza. Joga pra fora todas as limitações e ilimitações também, junto com todas infinitudes. Aquilo de tirar do papel e dar vida. E vive cada celebração de um novo dia.
Me inspira. Me admira e me deixe a admirar. Quando foi ver, eu me enlacei e não tem como o nó desatar. Fui eu mesma que me prendi, pra mais alto ainda voar. E fui! Eu! Foi! Teu! Mas, é! Sendo… Vem. Cedo! Já já escurece! Vê se não demora! Chegue antes do sol se pôr pra gente se por a assisti-lo.
Hoje escutei a voz do meu pai. Admiração. Comprometimento. Suspiro. Saudade. Entre pontos. Semáforo fechou! E abriu tão rápido! A distância aproxima sem a gente perceber. Sim, vim pra contrariar! A gente só sabe enxergar o lado inconveniente, que mania essa tão humana e tão imprudente. A distância nos faz conhecer, sentir maior interesse e a amizade se faz forte. Aquele abraço apertado, aquela voz que arrepia e que conforta, a que funciona como cafuné. Não substitui, é certo! Mas, ainda assim! Nos traz uma intimidade tão familiar. Tipo quando você vai pra algum lugar e tudo é novo, você não pode perder um detalhe, tudo é motivo de fotos e pausas pra experimentar e descobrir. E se descobre em cada canto, e faz dele tua casa. Nossa casa é sempre o lugar que estamos agora… Ou ao menos deveria ser. Eu moro no agora, as paredes enfeitadas com porta retratos das memórias gostosas e das que me fazem levantar e ver que ainda é possível, é válido persistir. Continua. Nas mesas uns planos pro futuro, tudo rabiscado. O improviso sempre bate na porta. Visita frequente. E as surpresas sempre acompanham. E viajam. E quando a gente se cansa, reforma, muda, se desloca, vira do avesso, volta, reforça, rompe, emenda, costura, pinta, arruma, ajeita, bagunça, e muda de novo. Meu comprometimento é com o meu agora, se não tiver admiração já foi, passou! Num segundo! Outro significado! Descreva! Me escreva! Espero tua ligação, me mande uma carta em forma de canção!
Chegue bem pertinho ainda que longe! Abrace apertado pra saudade recuar e contrariamente aumentar.
Hoje fui trabalhar. A noite seria longa. Sai preparada. Ainda cansada, sai de lá e fui pra casa de uns amigos. Saindo de lá, no caminho encontro outros. Todo mundo só risos entre as gargalhadas. Essas cenas que contamos já com gostinho de nostalgia. Quero ser jovem pra sempre. Por isso escolhi o agora. Me mudei com mala e tudo. Fomos pra Spice Market, despedida de mais uma querida amiga. Todo mundo junto. Podia ser o lugar mais chato, ainda renderia boas lembranças. Aquela coisa de companhia. É tipo chocolate, melhora tudo. Voltei com eles do mesmo jeito que fomos, rindo! Conheci tanta gente cheia de vida. Admiração. Casa bem frequentada. A dosagem nada moderada! Desce mais! Queria saber descrever isso que sinto. O texto já está enorme, ainda não bastante. Não completa. Não fecha a ideia. Deixarei em aberto, iguais às portas. Mas eu assumo! É algo parecido com admiração e comprometimento. Daquele que faz suas emoções ganharem vida e que ainda que haja cansaço, esse não vira motivo pra parar. Você tira os sapatos e continua.
