Trilha sonora: Sweet Disposition – The Temper Trap
Um convite inesperado. Um abraço apertado. Aquela ligação que acalenta. O consolo que chega na hora certa. Vamos pra praia? O pôr do sol que vibra. O silêncio entre amigos que acalma. As gargalhadas altas que trazem paz. Conhecer um lugar diferente que sempre sonhou em ir. Os momentos que nos fazem perder a hora. Aquela festa que toca tua música favorita e tudo ao redor entra num modo fade que ensurdece e você mergulha naquele agora como se nada mais importasse. Só você. Só o agora.
Um convite inesperado. Um abraço apertado. Aquela ligação que acalenta. O consolo que chega na hora certa. Vamos pra praia? O pôr do sol que vibra. O silêncio entre amigos que acalma. As gargalhadas altas que trazem paz. Conhecer um lugar diferente que sempre sonhou em ir. Os momentos que nos fazem perder a hora. Aquela festa que toca tua música favorita e tudo ao redor entra num modo fade que ensurdece e você mergulha naquele agora como se nada mais importasse. Só você. Só o agora.
E implora. Por mais. Esses tipos de coisa que dão vontade de viver.
Eu tava indo pra casa depois do trabalho esses dias. Nada fora do comum. Desci o elevador do prédio. Passei pela catraca. Guardei meu crachá. Segui rumo ao trem. Peguei meu bilhete único e os fones de ouvido. Entrei no vagão. Tava tocando Stolen Dance de Milky Chance. Eu amo essa música. Essa e Elephant Gun do Beirut são duas que eu escuto por diversas vezes e nunca enjoo. Tem gente que é assim né? Irresistível. Alguns pratos de comida também. Me chama pra jantar um japonês ou árabe que terei consideração infinita. Mas sem divagar, voltando ao vagão. Entraram dois rapazes com uma caixa de som. Meus pensamentos que vivem no 220v se calaram a ponto de deixar no mudo Summers Gone – NoMBe que dava show aos meus ouvidos. Um deles tirou um violino, o outro um violão e começaram a tocar Fix Me do Coldplay. Tirei os fones. Com muito respeito a NoMBe e a Masego que já estava na sequência.
Não pelo Coldplay, mas pelo ao vivo e a cores. Arrepia. Intensidade. Com veracidade. Me desliguei de tudo. Os pensamentos me deixaram concentrar no som. Sim. Simples. Assim.
Tem momento que é religião. Merece respeito. E toda atenção. Integridade. É verdade. Te digo que é. Tem momento que te rouba por completo. E você esquece o que acontece ao redor. Perde a noção do tempo. Porque algo muito maior o envolve. O contexto. É o significado. O que tem por trás de tudo. O backstage. Sentido e sua ressignificação. Não me acorde. Eu gosto deste transe. É mágico. Encantador.
Final de semana desses fui à praia com uns amigos e finalmente fiz algo que já me planejava a tempos. Aulinha de surf. Subi na prancha. E me divertia ficando por cima da onda. O equilíbrio. Em meio a quedas, joelhos ralados, cotovelos queimados, e bochechas vermelhas do sol, sem contar os caldos. Mas eu esperava chegar a próxima onda e subia na prancha mais uma vez. A aula acabou rápido. E durou mais do que deveria. Eu mal me dei conta. Estava em sintonia com meu próprio momento. Daqueles que me fazem sentir ser quem sou. E quem quero ser cada vez mais.
Mas não falo só dos momentos.
Tem muita gente maluca que enxerga a vida com uma energia tão delicia que dá vontade de grudar na pessoa e não largar mais. Daquelas com riso solto e risada gostosa. Pessoas que são loucas, loucas por falar (e falam com gosto e empolgação única), loucas por ouvir, por experimentar algo diferente. Gente que topa as ideias e roles bizarros sem frescura. Que se jogam sem medo do que vão comentar. Deixa pra lá. Falo de gente que você chama e rapidinho já manda um “tô a caminho”. Gente louca mesmo. Loucas por serem salvas do tédio, mas que fazem o próprio entretenimento. E dão show. Gente de verdade. Com pureza e coração gigante. Pessoas interessantes. Eles não bocejam nunca, e sim queimam um fogo de energia que acende uma cidade inteira. Pessoas que já viveram tanta coisa maluca que você escutaria as histórias por horas, porque essa gente é louca por viver. Querem de tudo ao mesmo tempo, são praticamente onipresentes. Gente que é poesia. E foda pra caralho.
São por estes que me interesso. São momentos que te tiram da órbita pelos quais me instigo. E miro completamente fora do muro. Rumo traçado. Trilha sonora fora do automático. A contradição insistente. O constante auto desafio. Eu vivo pelo repertório. Quero ser diversamente eu. Em todas minhas vertentes fazer da minha melhor versão. E sempre me redescobrir um eu diferente. Sou plural e me descubro em tais. Quais. Ai, isso é lindo demais, não é? Viver. Com pessoas irresistíveis as coisas que nos dão ainda mais vontade de viver…
E a gente não passa vontade não.
