Trilha sonora: Tessellate – Alt J.
O dia lá fora brilha. Mas esfria. Aquela coisa de não julgar o livro pela capa. Se eu só olhasse pela janela, vestiria uma regata e um chinelo pra sair. E voltaria correndo em menos de cinco minutos. Bota, luva, toca, agasalho e um jeans. Pronto, agora sim! A luz engana. Mas faz meu dia. E à noite, acende!
Acordei feliz como quem acaba de receber uma mensagem que abastece o armário com comida pro mês inteiro, ganha festa surpresa e aprendeu de onde vem a fonte de energia positiva. E não foi muito diferente disso! Acordei com a bateria recarregada. Respira até leve. Quase flutua. E pula. Dá cambalhotas. Dia de sentir o tempo passar no meu ritmo.
Fui visitar uns amigos. Ganhei um omelete no capricho de um mestre cuca. Depois sai pra sentir um pouco mais dessa luz que acende a cidade e brilha mais ainda quando tudo escurece. Fui parar em Fitzroy em um evento chamado Gertrude Street Projection Festival. As luzes, por todos os cantos. E em cada canto, um encanto. Era cor e luz por todos os lados. E por todos eles, fiquei. Por um momento esqueci o frio.
Parei pra reparar não só nas luzes, mas no nome das ruas. Me deparei com duas placas no mesmo poste: Young St. e No Entry. Tá mas e dai? Qual a ligação? Essa nossa fase de não aguentar ver um não e se encher de coragem, só quebrar barreiras. A gente segue. Impossível? Paga pra ver! Assiste ai! Pode até mudar de canal, mas a gente dá um jeito de fazer igual propaganda eleitoral! Boatos que certas regras foram feitas para serem quebradas e certos obstáculos nos colocarem ainda lá no alto.
Faça assim! Me encontre daqui 2 minutinhos! To na Young St. Só falta a placa Stop, se achar uma traz pra cá e a gente se une. A gente se vira. Se reinventa e se acende. Acende também a lua e a cidade inteira.
